Vol. 9 No. 18 (2020): Musealização da Performatividade em Coleções Públicas e Privadas
Sabe-se que a intenção, a aquisição e os processos contextuais-temporais em uma coleção configuram o que podemos considerar musealização - ação / ato / gesto em trânsito, retroalimentado por trajetórias de objetos e narrativas em uma relação indispensável com o sujeito que os observa e os ressignifica. Se a condição de narrativa sobre a existência dos objetos está atrelada à imaterialidade, a performatividade é elemento central para compreensão das intenções e dos processos que envolvem agentes e agências: museus, patrimônios, acervos, grupos sociais, indivíduos. A performatividade está associada à sobrevivência, aquilo que dá continuidade, que perpetua, que permanece, que é vestigial; uma metalinguagem, como uma locução que articula os sentidos e as narrativas sobre algo, aquilo que transmuta, que se configura como ponto de conexão entre genealogias e temporalidades. Nesse sentido, a proposta deste dossiê é contemplar reflexões sobre a performatividade ao encontro das práticas museológicas e museais e dos acervos, e vice-versa. Para tanto, o dossiê vislumbra textos que apresentem a musealização da performatividade frente à s artes visuais, aos saberes tradicionais, à dança, ao teatro, à música, à s artes cênicas, e que possam também discorrer sobre encenação, ritual, corporeidade. Desse modo, sugerem-se como eixos temáticos: (1) História das políticas de preservação imaterial; (2) A noção de performatividade em coleções públicas e privadas de artes visuais, saberes tradicionais, dança, artes cênicas e música; (3) Relações entre performance, ritual e corporeidade e suas transformações; (4) A musealização da performatividade das obras/ do acervo nos processos museais e museológicos.