“Professor, quero ser oprimida!”: situação-limite e atos-limites no habitus professoral
DOI:
https://doi.org/10.26512/lc.v18i37.4010Palavras-chave:
Habitus professoral, Bourdieu, Paulo Freire, Inédito-viável, UtopiaResumo
Esse artigo tem por objetivo apresentar e discutir episódio ocorrido no ensino superior em que estudante, tendo estudado a Pedagogia do Oprimido (Freire, 1987), demanda explicitamente a condição de ser oprimida pelo professor. O episódio registrado em diário de campo é analisado sob a ótica dos conceitos de situação-limite, inédito-viável, ambos de Paulo Freire (1992), e o de habitus, este último conceito de Bourdieu (1983). O conceito de habitus é posicionado no texto em perspectiva heurística, sendo denominado habitus professoral, nos termos de Silva (2003). O texto conclui que o pensamento freireano deve ser assumido como utopia sustentada no habitus professoral, expressando a negação do fugaz ou insatisfação momentânea e associado a movimento coletivo pela superação do estado das coisas e condições de existência desumanizadoras.
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