É possível uma linguagem crítica na educação?

Autores

  • Raquel Moraes

DOI:

https://doi.org/10.26512/lc.v12i23.3315

Palavras-chave:

Pedagogia crítica;, Linguagem;, Não-violência

Resumo

O presente artigo argumenta sobre a possibilidade da existência de uma linguagem crítica na educação. Em contrapartida à educação para o senso comum, do tipo bancária e padronizadora praticada pela indústria cultural e educacional capitalista, que usa “uma linguagem simplificada para ser usada pelas massas” (Tognolli), com “invariantes fixos, clichês prontos, tradução estereotipada de tudo” (Adorno), pensamos que é possível dialogar como “intersubjetividades não-violentas”, o que envolve reconhecer a diferença, a diferença total (Gur-Ze'ev), visando despertar a consciência do “quanto os homens são enganados de modo permanente” (Adorno). Isso requer o uso de uma linguagem crítica de modo poético (Bakhtin) e dialógico-amoroso (Freire), pois, se a linguagem crítica for violenta, estará sendo utilizada a mesma lógica da dominação, não promovendo, portanto, a emancipação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Raquel Moraes

Doutora em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 1996). Professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília

Referências

ADORNO, Theodor Ludwig Wiesengrund. Teoria da Semicultura. Trad.: Newton Ramos-de-Oliveira, Bruno Pucci e Cláudia B. Moura. Educação e Sociedade, Campinas, v. 17, n. 56, p. 388-411, 1996.

______. Educação e emancipação. Trad.: Wolfang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

______; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad.: GuidoAntônio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad.: Michel Lahud e Yara FrateschiVieira. São Paulo: Hucitec, 1986.

FARACO, Carlos Alberto et al. (Org.). Diálogos com Bakhtin. Curitiba: UFPr, 2001.

FEENBERG, Andrew. Teoria crítica da tecnologia: nota autobiográfica. Texto original “Criticaltheory of technology”. Trad.: Equipe de Tradutores do Colóquio Internacional “Teoria Crítica eEducação”. São Paulo: Unimep, Ufscar, Unesp. 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

______. Pedagogia da indignação. São Paulo: Unesp, 2000.

______. Extensão ou comunicação?11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia. Trad.: Adriana Lopes. São Paulo: Brasiliense, 1986.

GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. 8. ed. Trad.: Carlos NelsonCoutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.

______. Concepção dialética da história. Trad.: Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1991.

GUR-ZE'EV, Ilan. E possível uma educação crítica no ciberespaço? Trad.: Newton Ramos-de-Oliveira. Comunicações, Piracicaba, v. 9, n. 1, p. 72-98, 2000.

______. A teoria crítica e a possiblidade de uma pedagogia não-repressiva. In: ZUIN, AntônioÁlvares Soares et al. Ensaios Frankfurtianos, São Paulo: Cortez, 2004, p. 13-41.

______. Critical theory and critical pedagogy today - toward a new critical language in education.(Editor). Iyyunim Bachinuch (Studies in Education), Faculty of Education, University of Haifa, 2005.

HALL, Stuart. O Problema da Ideologia. In: SOVIK, Liv (Org.). Da Diáspora: identidades emediações culturais. Trad.: Adelaine La Guardia de Rezende et al. Belo Horizonte: EdUFMG;Brasília: Unesco, 2003, p. 265-293.

KELLNER, Douglas. Toward a civic intelligence: building a new sociotechnological infrastruc-ture. In: FEENBERG, Andrew; BARNEY, Darin (Orgs.). Community in the digital age. New York:Rowman & Littlefield Publishers, 2004. p. 263-285.

LIMA, Venicio A. De mídia: teoria e política. São Paulo: Perseu Abramo, 2001.

MARX, Karl. Contribuição para a crítica da economia política(Prefácio). Lisboa: Estampa, 1971(Col. Teoria).

______. Manuscritos econômico-filosóficos. Trad.: Alex Marins. São Paulo: Martin Claret, 2001.

MARX, Karl; ENGELS, Frederich. Ideologia alemã: Feurbach. 2. ed. Trad.: José Carlos Bruni,Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Hucitec, 1986.

MOEN, Darrell Gene. Analysis of social transformative movements in advanced capitalism:a neo-gramscian approach. Journal of Policy and Culture: v. 3. March 1998. Disponível em:. Acesso em: 11 mar. 2007.

MORAES, Denis (Org.). Sociedade midiatizada. Trad.: Carlos Frederico Moura da Silva, MariaCoimbra Guedes, Lúcia Pimentel. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1977.

PUCCI, Bruno. Teoria crítica e educação. Petrópolis: Vozes, 1995.

TOGNOLLI, Cláudio Júlio. A sociedade dos chavões: presença e lugar-comum na comunicação.São Paulo: Escrituras, 2001.

VIRILIO, Paul. A bomba informática. Trad.: Luciano Vieira Machado. São Paulo: EstaçãoLiberdade, 1999.

Downloads

Publicado

30.06.2007

Como Citar

Moraes, R. (2007). É possível uma linguagem crítica na educação?. Linhas Crí­ticas, 12(23), 205–216. https://doi.org/10.26512/lc.v12i23.3315

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.