Skopos e (in)certeza: Como tradutores/as funcionais lidam com a dúvida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v14.n2.2025.54586

Palavras-chave:

Encargo da tradução. Convenções. Procedimento top-down. Teoria do skopos. Tipologia da tradução.

Resumo

Quando o assunto é tradução, não há regras. Traduzir é um processo que envolve tomada de decisões, e cada uma delas gera incerteza. Partindo da perspectiva da teoria do skopos, pretendo mostrar como um procedimento top-down pode, até certo ponto, minimizar essa incerteza. O nível mais alto é o do encargo da tradução, que determina a escolha do tipo e forma da tradução. Essa é uma decisão polarizada. Uma tradução documental geralmente “documenta” a pragmática do texto-fonte, enquanto uma tradução instrumental possui uma pragmática própria, por exemplo, com relação à dêixis. No próximo estágio, o/a tradutor/a precisa lidar com as normas e convenções culturais. Nesse momento, a tomada de decisão se torna mais complexa porque o encargo pode exigir a reprodução de alguns aspectos da cultura-fonte e a adaptação de outros às convenções da cultura-alvo, tanto em traduções documentais quanto instrumentais. O próximo estágio é a língua. É possível pressupormos que a maioria das traduções deve estar em conformidade com as normas do sistema da língua-alvo. Entretanto, podem haver casos em que as normas da língua-fonte tenham que ser reproduzidas, por exemplo, em uma tradução interlinear (palavra por palavra) para propósitos linguísticos. Nos dois últimos níveis, as demais dúvidas devem ser sanadas, primeiramente, de acordo com as limitações contextuais e, por fim, seguindo as preferências pessoais do/a tradutor/a, se necessário.

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Biografia do Autor

Christiane Nord, Universidade do Estado Livre

Trained as a translator for Spanish and English at Heidelberg University (B.A. Honours), PhD in Romance Studies, habilitation in Applied Translation Studies and Translation Pedagogy. As from 1967 involved in translator training at the universities of Heidelberg/Germany, Vienna/Austria, Hildesheim/Germany, Innsbruck/Austria and Magdeburg/Germany (1996-2005). Invited for short-time teaching appointments and talks by universities and translator training institutions in Europe, Middle East, America, Asia and Africa. Appr. 260 publications about theoretical, methodological and pedagogical aspects of "functionalism" in translation. 2007-2022, research fellow and professor extraordinary, as from 2023 research associate of the University of the Free State, Bloemfontein, South Africa.

Nathalia Gabriela Lopo Ferreira , Universidade Federal da Bahia

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLinC) e graduada em Língua Estrangeira- Inglês pela Universidade Federal da Bahia. Possui graduação tecnológica em Design de Moda pela UNIFACS. Atuou no eixo de tradução do NUPEL e faz parte do grupo de pesquisa Textos Fundamentais em Tradução (Key Texts in Translation - KiT) da Universidade Federal da Bahia.

Sacha Costa Primo Pereira, Universidade Estadual de Santa Cruz

Graduada em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais e Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), tradutora freelancer e membro do grupo de pesquisa Textos Fundamentais em Tradução (Key Texts in Translation - KiT) da Universidade Federal da Bahia.

Ariella Beatriz Gama Gomes da Silva, Universidade Federal da Bahia

Bacharela em Língua Estrangeira Moderna - Inglês pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), graduanda em Letras Vernáculas com Língua Estrangeira Moderna - Inglês (Licenciatura) pela UFBA, tradutora freelancer e membro do grupo de pesquisa Textos Fundamentais em Tradução (Key Texts in Translation - KiT) da Universidade Federal da Bahia.

Ana Clara Cerqueira Santos de Souza, Universidade Federal da Bahia

Graduada em Letras - Bacharelado em Língua Inglesa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atuou como tradutora em formação pelo NUPEL (UFBA) e é membro do grupo de pesquisa Textos Fundamentais em Tradução (Key Texts in Translation - KiT) da Universidade Federal da Bahia.

Letícia Vitória Pimentel da Silva, Universidade Federal da Bahia

Graduada em Letras Vernáculas com Língua Inglesa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisadora bolsista PIBIC/UFBA no grupo de pesquisa Nova Studia Philologica e membro dos grupos de pesquisa Textos Fundamentais em Tradução (Key Texts in Translation - KiT) e TrAce: Tradução e Acessibilidade da UFBA.

Fernanda da Silva Góis Costa, Universidade Federal da Bahia

Licenciada e Bacharela em Língua Estrangeira Moderna ou Clássica - Inglês pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre e doutoranda pelo Porgrama de Pós-Graduação em Língua e Cultura pela UFBA/PPGLINC e tradutora freelancer. Pesquisadora voluntária nos grupos de pesquisa Textos Fundamentais em Tradução (Key Texts in Translation - KiT) e TrAce - Tradução e Acessibilidade, também da UFBA.

Referências

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Publicado

20-06-2025

Como Citar

NORD, Christiane; PFAU, Monique; LOPO FERREIRA , Nathalia Gabriela; COSTA PRIMO PEREIRA, Sacha; GAMA GOMES DA SILVA, Ariella Beatriz; CERQUEIRA SANTOS DE SOUZA, Ana Clara; PIMENTEL DA SILVA, Letícia Vitória; DA SILVA GÓIS COSTA, Fernanda. Skopos e (in)certeza: Como tradutores/as funcionais lidam com a dúvida. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 14, n. 2, p. 01–21, 2025. DOI: 10.26512/belasinfieis.v14.n2.2025.54586. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/54586. Acesso em: 17 jul. 2025.

Edição

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