Educação para o desenvolvimento sustentável ou sociedades sustentáveis?
DOI:
https://doi.org/10.26512/lc.v15i29.3535Palavras-chave:
Educação ambiental;, Desenvolvimento sustentável;, Sociedades sustentáveis;, Consciência ambiental;, Participação socialResumo
O alcance do desenvolvimento sustentável ou de sociedades sustentáveis exige adotar diferentes concepções de educação visando conquistar legitimidade junto à sociedade sobre o que produzir, para quem e como. Este trabalho objetiva analisar as concepções de educação defendidas em eventos internacionais, enfatizando as categorias ‘consciência’ e ‘participação’ como dimensões da práxis e indicadoras de uma Educação Ambiental emancipadora. Entendemos que três conferências (Estocolmo, Rio-92, Johannesburgo) objetivam obter consenso sobre a viabilidade do “capitalismo sustentável”, preconizando soluções de mercado e uma educação conservacionista e conservadora da sociedade de classes. De modo distinto, Tbilisi e o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis identificam nas relações sociais capitalistas o cerne das questões social e ambiental e defendem uma educação emancipadora que contribua para o Homem perceber-se e agir como produto e produtor do meio ambiente e da sociedade, o que pressupõe um “capitalismo democrático” como etapa para a construção de sociedades sustentáveis.
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