Para muito além das margens:
vozes periféricas urbanas no centro da aula de Português Língua Estrangeira
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v24i1.56504Palabras clave:
paradigma transperiférico, Pedagogia da variação linguística, Ensino de Português Língua Estrangeira, Relato de experiênciaResumen
Vozes e vivências periféricas raramente entram na sala de aula de Português Língua Estrangeira (PLE) pelas vias tradicionais – por manuais didáticos de ampla distribuição no mercado. Negligenciam-se, assim, fontes relevantes de ilustração da permeabilidade das fronteiras sociolinguísticas, além de invisibilizar, junto a essas vozes, seus saberes e sua arte. Este trabalho constitui-se de relatos de experiências que versam sobre três propostas didático-pedagógicas em que a periferia ocupou o centro da aula de PLE, o que resultou na expansão da mobilidade sociolinguística das alunas e alunos (o reconhecimento e produção de novas variantes) e no enriquecimento do seu repertório sociocultural. À parte os benefícios dessas práticas para o grupo de alunos(as), questiona-se aqui como o paradigma transperiférico (WINDLE et al., 2020) pode dialogar com ações didático-pedagógicas similares a essas, em que as periferias são “transpostas”, por meio de recursos escritos e audiovisuais, a contextos privilegiados de ensino situados no Norte Global. Recomenda-se aqui o aprofundamento da discussão de práxis dessa natureza dentro do escopo do paradigma.
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