Vivências de aprendizagem no processo de aquisição do Português Brasileiro como Língua de Herança: crenças e atitudes na perspectiva de um falante de árabe
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v23i1.53229Palavras-chave:
Português Brasileiro como língua de herança, Falante de árabe, Crenças e atitudes de ensino-aprendizagem informal e formalResumo
O Português Brasileiro como Língua de Herança (PBLH) é uma particularidade que se caracteriza por um contexto em que a língua usada e a cultura são ensinadas ao filho migrante. O objetivo desta pesquisa é investigar crenças e atitudes da mãe brasileira do pesquisador e do próprio pesquisador, o qual nasceu na Síria, que contribuíram na integração à língua-cultura do Português Brasileiro (PB) desde sua infância e adolescência a sua fase adulta, considerando o contexto familiar plurilíngue árabe, português e inglês. Este trabalho tem como base teórica os estudos de Mendes (2011; 2012) e Almeida Filho (2011; 2013) – autores pioneiros sobre o ensino de Português como Língua Adicional (PLA). São considerados também os estudos de Moroni (2017), Yonaha (2017) e Pereira (2017) – pesquisadoras sobre Língua de Herança (LH). Esta pesquisa é de natureza qualitativa, de nível exploratório e descritivo, com coleta de dados por meio de narrativa autoetnográfica, para explorar sua própria trajetória de formação linguística, e entrevista semiestruturada; a organização, tratamento e análise ocorrem conforme a análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Os principais resultados são: a identificação e a perseverança das crenças e atitudes da mãe, de notar a importância de passar o patrimônio cultural da língua minoritária para o filho; como também utilizar o contexto natural para reforçar o seu contato com a LH. Porém, para o filho, identifica-se a crença inicial de não valorizar sua LH, e a mudança dessa crença, considerando as motivações da mãe e do filho ao longo da trajetória. A afetividade sempre está presente nos processos cognitivos referentes ao aprendizado de uma LH, a qual não deve ser evitada ou temida, pois é uma forma de nutrição afetiva.
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