A tradução de Milenio Carvalho, de Manuel Vázquez Montalbán, para o português e o francês: do tabu social ao tabu linguístico
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v12.n1.2023.45324Palabras clave:
Estudos da Tradução. Disfemismo. Língua Espanhola. Língua Portuguesa. Língua Francesa.Resumen
Neste artigo, analisa-se a tradução de algumas unidades do léxico da língua espanhola para as línguas portuguesa e francesa da obra Milenio Carvalho (2004), de Manuel Vázquez Montalbán, a partir de uma perspectiva que considera indissociável a relação entre léxico e cultura. Aborda-se, primeiramente, a questão do léxico como representação cultural com base nas pesquisas de Caune (2014), Borba (2006), Nunes (2010), Lara (2015) e Antunes (2012). Em seguida, discute-se a problemática do tabu tanto em sua gênese psicossocial, de acordo com os escritos de Freud (2015), quanto do ponto de vista da linguagem (Vaneigem, 2004; Allan & Burridge, 2006; Benke, 2012; Arango, 1991; Preti, 1983; Guiraud, 1976). Por fim, examinam-se os tabuísmos pelo viés da tradução, tendo em vista o trabalho sobre “a letra” de Antoine Berman (2007). Conclui-se, assim, que na tradução para o português houve certo apagamento dos tabuísmos, implicando uma atenuação do texto e uma descaracterização do modo de dizer dos personagens. Contrariamente, no francês a tendência foi manter o léxico tabu e, de certa forma, acentuá-lo; intensificar ou tornar mais “densas”, “vivas” tais unidades lexicais, de modo a retratar, com maior “iconicidade”, seu universo linguístico-discursivo.
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Citas
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