O conceito bermaniano de “estrangeiro” sob o prisma da tradução pós-colonial
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v9.n1.2020.28143Palavras-chave:
Antoine Berman. Pós-colonialismo. Teorias pós-modernas. Vernaculização literária. Ética da tradução.Resumo
O conceito bermaniano de “a prova do estrangeiro” é particularmente capaz de elucidar e explicar a prática tradutória pós-colonial. A escrita literária em línguas europeias na África é caracterizada pela vernaculização e pela diglossia literária como estratégia de escrita em um contexto de comunicação intercultural. O emprego de línguas coloniais suscita questões de identidade e de ideologia, assim como o problema das relações de poder entre o centro e a periferia. A estratégia de desterritorialização e de reterritorialização, frequentemente utilizada por escritores pós-coloniais para tentar se reapropriar da língua colonial e reivindicar seu espaço próprio, é um exemplo do que Berman chama de “a escrita-de-tradução”. Esse estilo de escrita tem fundamentos ideológicos e socioculturais e coloca questões importantes relativas à s escolhas tradutórias, questões à s quais apenas se pode esperar responder por meio de uma ética séria e global da tradução. As teorias pós-modernas podem contribuir para a definição de um quadro ético da tradução que permite se distanciar da dicotomia presente na base de grande parte das teorias em tradutologia e que opõe a tradução estrangeirizadora à tradução domesticadora.
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