Das possíveis identidades do tradutor: algumas “pontes” de interrogação
DOI :
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n2.2021.32915Mots-clés :
Identidade. Tradutor. Ponte. Subjetividade. Representação.Résumé
O presente artigo tem por objetivo analisar aspectos contraditórios relacionados à configuração identitária do sujeito tradutor a partir de um corpus obtido pelas respostas dos discentes do curso de Bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor, da Unesp, campus de São José do Rio Preto, a um questionário que lhes foi aplicado durante pesquisa recente. Assim, para tratar de noções relativas à problemática da identidade, este estudo se apoia nos trabalhos de Hall (2000) e Coracini (2007), em que, sob perspectivas diferentes, os autores abordam os deslocamentos subjetivos decorrentes dos processos de transformações identitárias. No campo específico dos Estudos da Tradução, faz-se referência à pesquisa de Rodrigues (2012), em que a autora traça um panorama, da antiguidade à contemporaneidade, de diversas abordagens da tradução, apontando as diferentes concepções teóricas subjacentes a tais abordagens e suas implicações tanto para a prática tradutória quanto para a constituição identitária do tradutor. Também para discorrer a respeito da questão identitária no âmbito dos Estudos da Tradução, tomam-se por base os estudos de Arrojo (1986) e Darin (2010), nos quais as autoras tratam das imagens atribuídas ao sujeito tradutor. No que concerne à noção de representação, parte-se dos escritos de Moscovici (2003), Silva (2012) e Hall (2016). Do ponto de vista analítico, parte do corpus elaborado com base nas respostas aos questionários mencionados acima foi analisado e foram feitas algumas considerações a respeito do curso ao qual este trabalho se vincula. Busca-se, por fim, mostrar a visão contraditória que emerge dos discursos de tradutores em formação sobre suas próprias identidades, ora considerando-se como meros transportadores de significados, percepção que se sobressai na imagem, há muito debatida, do tradutor como ponte, ora reivindicando seus espaços de subjetividade.
Téléchargements
Références
Arrojo, R. (1986). Oficina de tradução: a teoria na prática. Editora Ática.
Aulete, C. Dicionário online. Lexikon Editora Digital. http://www.aulete.com.br/index.php
Baker, M. (1992). In other words: a coursebook on translation. Routledge.
Catford, J. C. (1965). A linguistic theory of translation: an essay in applied linguistics. Oxford University Press.
Coracini, M. J. (2007). A celebração do outro: arquivo, memória e identidade – línguas (materna e estrangeira), plurilinguismo e tradução. Mercado de Letras.
Darin, L. (2010). O impacto social das imagens e representações do tradutor na construção e transformação de sua identidade. TradTerm, 16, 67-95.
Derrida, J. (1991). A farmácia de Platão (R. da Costa, Trad.). Iluminuras. [Tradução de: La pharmacie de Platon, 1972]
Derrida, J. (1996). Le monolinguisme de l’autre. Galilée.
Hall, S. (2000). A identidade cultural na pós-modernidade (T. T. da Silva & G. L. Louro, Trad.). DP&A Editora. [Tradução de: The question of cultural identity, 1992]
Hall, S. (2016). Cultura e representação (D. Miranda & W. Oliveira, Trad.). Ed. PUC-Rio. [Tradução de: Representation, 2013]
Kristeva, J. (1988). Etrangers à nous-mêmes. Gallimard.
Lacan, J. (1998). Escritos (V. Ribeiro, Trad.). Jorge Zahar. [Tradução de: Écrits, 1966]
Lages, S. (1992). O tradutor e a melancolia. Trabalhos em Linguística Aplicada. Unicamp/IEL, (19), 91-98.
Moscovici, S. (2003). Representações Sociais: investigações em psicologia social (P. A. Guareschi, Trad.). Editora Vozes. [Tradução de: Social Representations – Explorations in Social Psychology, 2000]
Nida, E. (1964). Toward a science of translating. E.J. Brill.
Nida, E., & Taber, C. R. (1982). The theory and practice of translation (2. ed.). E. J. Brill.
Paiva, V. L. M. de O. e. (2019). Manual de pesquisa em estudos linguísticos (1. ed.). Parábola.
Rodrigues, C. C. (2012). Estudos da tradução. In A. V. Gonçalves & M. L. Sousa (Org.) Ciências da linguagem: o fazer científico? (pp. 349-379). Mercado de Letras.
Silva, T. T. (2012). A produção social da identidade e da diferença. In T. T. da Silva, (Org.) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (pp. 73-102). Vozes.
Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos (2. ed., D. Grassi, Trad.). Bookman. [Tradução de: Case study research: design and methods, 1994]
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés CC BY 2021
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Copyright Statement
Given the public access to this journal, the texts are free to use but requires the recognition of the original authorship and initial publication in this journal to be properly stated.
The journal allows the use of works published for non-commercial purposes, including the right to submit the work to publicly accessible databases. Published contributions are the sole and exclusive responsibility of the author(s).
- When submitting papers to be evaluated by the Belas Infiéis journal, the author(s):
- Declare that the contents of the contributions are original and of their original creation, being entirely responsible for their content if there is an objection by third parties.
- Claim to be aware that they should not commit academic plagiarism.
- Declare that the manuscript has not been published, completely or partially, in Portuguese or another language. If it is a translation it should be submitted to the Translated Articles section.
- Declare that the manuscript is not being evaluated by other journals.
- Declare that the manuscript was not submitted to another journal simultaneously.
- Commit(s) to inform the journal of any kind of error or inaccuracy in their contribution (published, in evaluation or in editing) and to collaborate with the editors to make due corrections of the article (when in evaluation or editing) or erratum/retraction (after publication).
- Declare that there is no conflict of interest regarding the published work.
- Authorize its release if it is accepted for publication without any kind of monetary compensation.
- Agree to assign non-exclusive rights to publication to the magazine, remaining free to make their contribution available in other media as long as the publication of the first version in Belas Infiéis magazine is mentioned. They also authorize Belas Infiéis to assign their texts for reproduction in content indexers, virtual libraries and similar platforms.
- Maintain copyright and grant the journal the right of first publication, the work being licensed under theCreative Commons Attribution License.
- Is/Are allowed and encouraged to publish and distribute their work online after the editorial process, which may increase the impact and citation of the published work.
- Authorize the editorial team to make textual adjustments and to adapt the article to the publication rules, when necessary.