Expansão recente do Ensino Superior brasileiro: (novos) elos entre educação, juventudes, trabalho?
DOI:
https://doi.org/10.26512/lc.v22i47.4776Palavras-chave:
Educação, Democratização escolar, Juventude, Ensino superior, TrabalhoResumo
Procuramos investigar a expansão recente do ensino superior brasileiro, delineando suas características gerais para compreender a nova configuração desse nível de ensino e suas articulações com o mercado de trabalho, também intensamente modificado nas duas últimas décadas. No contexto geral das transformações nas políticas públicas brasileiras e nas dinâmicas das desigualdades socioeconômicas, o esforço em mapear a articulação entre ensino superior e trabalho nos permite passar ao exame de algumas trajetórias juvenis de estudantes das camadas populares, no ensino público e no ensino privado, desdobrando consequências sobre o campo de possibilidades que estrutura a experiência juvenil hoje.
Downloads
Referências
ABDAL, A.; NAVARRA, J. Uni por Uni, eu escolhi a que era do lado da minha casa: deslocamentos cotidianos e o acesso, a permanência e a fruição da universidade por bolsistas do ProUni no ensino superior privado. Novos Estudos, São Paulo, n. 99, p. 65-87, 2014.
ALMEIDA, W. M. USP para todos? Estudantes com desvantagens socioeconômicas e educacionais e fruição da universidade pública. São Paulo: Musa Editora, 2009.
______. ProUni e o ensino superior privado lucrativo em São Paulo: uma análise sociológica. São Paulo: Musa Editora, 2014.
BARBOSA, M. A. Estudantes de classes pobres na universidade pública: um estudo de depoimentos em psicologia social. 2004. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
BEISIEGEL, C. R. Educação e sociedade no Brasil após 1930. In: FAUSTO, B. (Org.). História geral da civilização brasileira: o Brasil republicano. São Paulo: Difel, 1986. v. 4.
BERNARDI, B. B. O conceito de dependência da trajetória (path dependence): definições e controvérsias teóricas. Perspectivas, São Paulo, v. 41, p. 137-167, 2012.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J.-C. Les héritiers: les étudiants e la culture. Paris: Minuit, 1964.
______. La reproduction: éléments pour une théorie du systeme d ´enseignement. Paris: Minuit, 1970.
CARVALHO, C. H. A. O ProUni no governo Lula e o jogo político em torno do acesso ao ensino superior. Educação e Sociedade, Campinas, v. 27, n. 96, p. 979-1000, 2006.
CATANI, A. M.; GILIOLI, R. S. P. O ProUni na encruzilhada: entre a cidadania e a privatização. Linhas Críticas, Brasília, v. 11, n. 20, p. 55-68, 2005.
COMIN, A.; BARBOSA, R. J. Trabalhar para estudar. Sobre a pertinência da noção de transição escola-trabalho no Brasil. Novos Estudos, São Paulo, n. 91, p. 75-95, 2011.
CUNHA, L. A. A expansão do ensino superior: causas e consequências. Debate e Crítica, n. 5, p. 27-58, 1975.
D’ANDREA, T. A formação dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. 2013. Tese (Doutorado em Sociologia) ”“ Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
DAUSTER, T. Uma revolução silenciosa: notas sobre o ingresso de setores de baixa renda na universidade. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 27., 2003, Caxambu. Anais... Caxambu: Anpocs, 2003.
DRAIBE, S. O welfare state no Brasil: características e perspectivas. Campinas: Unicamp, 1993. (Caderno de Pesquisa, n. 8).
DURHAM, E. R. O ensino superior privado no Brasil: público e privado. São Paulo: Nupes, 2003. (Documentos de Trabalho, n. 3/03).
ESPING-ANDERSEN, G. Three worlds of welfare capitalism. In: PIERSON, P.; CASTLES, F. G. (Eds.). The welfare state reader. 2nd ed. Great Britain: Polity Press, 2006.
FRENCH, J.; FORTES, A. A “era Lula”, as eleições presidenciais de 2010 e os desafios do pós-neoliberalismo. Tempo Social, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 201-228, 2012.
GOUVEIA, A. J. Democratização do ensino superior. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 50, n. 112, p. 232-44, 1968.
GUIMARÃES, A. S. Cidadania e retóricas negras de inclusão social. Lua Nova, São Paulo, n. 85, p. 13-40, 2012.
GUIMARÃES, N. A. Trajetórias juvenis: um novo nicho em meio à expansão das oportunidades de trabalho? In: MACAMBIRA, J.; ANDRADE, F. R. B. (Orgs.). Trabalho e formação profissional: juventudes em transição. Fortaleza: IDT; Uece; BNB, 2013.
HILSDORF, M. L. S. História da educação brasileira: leituras. São Paulo: Thomson, 2006.
JARDIM, F. A. A. Entre desalento e invenção: experiência de desemprego e desenraizamento em São Paulo. São Paulo: Annablume, 2009.
______. As persistências das desigualdades e gestão das diferenças na América Latina “pós-neoliberal”. In: CONGRESSO ALAS ”“ CRISE E EMERGÊNCIAS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA, 29., 2013, Santiago. Anais... Santiago: Alas, 2013. Disponível em: .
KERSTENETZKY, C.L.; UCHÔA, C. Moradia inadequada, escolaridade insuficiente, crédito limitado: em busca da nova classe média. In: BARTELT, D. (org.) A “nova classe média” no Brasil como conceito e projeto político. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2013.
LIMA, H. I.; SILVA, B. R. G.; SILVA, P. R. Recuperando a história do acesso ao ensino superior (1911-1925). Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 37, p. 441-456, 2002.
MARSHALL, T. H. Cidadania, classe e status social. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
MARTINS, C. B. A Reforma Universitária de 1968 e a abertura para o ensino superior privado no Brasil. Educação & Sociedade, Campinas, v. 30, n. 106, p. 15-35, 2009.
MOEHLECKE, S. Fronteiras da Igualdade no ensino superior: excelência & justiça racial. 2004. Tese (Doutorado em Educação) ”“ Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
OLIVEIRA, R. P. Da universalização do ensino fundamental ao desafio da qualidade: uma análise histórica. Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 661-690, 2007.
OLIVEN, A. C. Arquipélago de competência: universidades brasileiras na década de 90. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 86, p. 75-78, ago. 1993.
PAVÃO, A. Inclusão e exclusão das camadas populares na universidade: o papel da leitura e da escrita. 2004. Tese (Doutorado) ”“ Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, 2004.
PIOTTO, D. C. As exceções e suas regras: estudantes das camadas populares em uma universidade pública. 2007. Tese (Doutorado em Psicologia) ”“ Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
ROSENBURG, C. Nota alta: a educação já movimenta 90 bilhões de reais por ano no Brasil e deve ser o setor que mais crescerá no mundo nas próximas décadas. Exame, n. 7, p. 35-45, abr. 2002.
SABOIA, J. Baixo crescimento econômico e melhora do mercado de trabalho ”“ como entender a aparente contradição? Estudos Avançados, São Paulo, v. 28, n. 81, p. 115-125, 2014.
SAMPAIO, H. O ensino superior no Brasil: o setor privado. São Paulo: Hucitec; Fapesp, 2000.
SAMPAIO, H.; LIMONGI, F.; TORRES, H. Equidade e heterogeneidade no ensino superior brasileiro. Brasília: Inep, 2000.
SANTOS, C. M. O acesso ao ensino superior no Brasil: a questão da elitização. Ensaio, Rio de Janeiro, v. 6, n. 19, p. 237-258, 1998.
SCHOFER, E.; MEYER, J. W. The worldwide expansion of higher education in twentieth century. American Sociological Review, v. 70, p. 898-920, Dec. 2005.
SILVA, J. Por que uns e não outros? Caminhada de jovens pobres para a universidade. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2003.
SINGER, A. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
SOUZA, P.R. A revolução gerenciada: educação no Brasil (1995-2002). São Paulo: Prentice Hall, 2005.
SOUZA, J. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.
TROGER, V. Bourdieu et l ´école: la démocratisation désenchantée. Sciences Humaines, n.15, fev.-mar., p. 16-23, 2012.
VILLAS BÔAS, G. Seleção e partilha: excelência e desigualdades sociais na universidade. Teoria & Sociedade, n. 7, p. 95-115, jun. 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Linhas Críticas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.