A gênese da docência universitária

Autores

  • Ildeu Coêlho Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.26512/lc.v14i26.3421

Palavras-chave:

Docência;, Copistas;, Tradutores;, Transferências do saber;, Autoridade;, Razão

Resumo

O artigo discute a constituição da docência, no medievo latino, inseparável das transformações socioeconômicas e políticas, das transferências do saber greco-árabe, dos renascimentos cultural e escolar, do trabalho de monges copistas e tradutores, da ligação intrínseca entre investigação, formação e ensino na universidade recém-criada. Recuperando etimologia e pronúncia ** dos termos, discute a Escolástica, filosofia e método de ensino em que a docência se afirma no ato de ler, explicar, comentar os textos, submeter conceitos, argumentos e teses ao crivo da razão, pôr questões em discussões públicas nas quais a verdade não depende da autoridade de quem diz, mas daquilo que foi dito. Redescobertas e traduzidas, as obras de Aristóteles surgem como ameaça para alguns mestres, mas para outros era tudo o que precisavam para exercer seu ofício: um texto lógico, profundamente formativo. Assim, a universidade medieval e seus mestres podem nos ajudar a repensar e recriar a docência hoje.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ildeu Coêlho, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1978). Professor do Programa de Pós-Graduação e Cursos de Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás.

Referências

BOEHNER, Philot heus; GILSON, Etienne. Histó ria da filosofia cristã. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.

BRÉHIER, Émile. História da filosofia: Idade Média e Renascimento. São Paulo: Mestre Jou,1978, v. 3.

DE LIBERA, Alain. A filosofia medieval. São Paulo: Loyola, 1998.

______. Pensar na Idade Média. São Paulo: Ed. 34, 1999.

DURKHEIM, Émile. A evolução pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

HADOT, Pierre. O que é filosofia antiga?. São Paulo: Loyola, 1999.

LE GOFF, Jacques.Os intelectuais na Idade Média. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989.

MARROU, Henri-Irinée. História da educação na Antiguidade. São Paulo: Herder, 1966.

NASCIMENTO, Carlos Arthur Ribeiro do.Santo Tomás de Aquino: o boi mudo da Sicília. 2. ed.São Paulo: Educ, 2003.

PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Estudos de história da cultura clássica: cultura romana. 3. ed.Lisboa: Fundação Calouste Gunbekian, 2002, v. 2.

PIEPER, Josef. Filosofía medieval y mundo moderno. 2. ed. Madrid: Rialpa, 1979.

PLATONE. Tutte le opere. Edizioni integrali con testo greco a fronte. A cura di Enrico V. Maltese.Roma: Newton, 1997, v. 1 e 4.

STEENBERGHEN, Fernand van. História da filosofia: período cristão. Lisboa: Gradiva, s.d.

TOMÁS DE AQUINO. De magistro ”“ Sobre o mestre: questões discutidas sobre a verdade, XI.Edição bilíngüe. Trad., introd. e notas de Maurílio J. O. Camello. Disponível em:http://www.lo.unisal.br/nova/graduacao/filosofia/murilo/Tom%E1s% 20de%20Aquino.doc.Acesso em: 14 jun. 2007.

TORRELL, Jean-Pierre. Santo Tomás de Aquino: sua pessoa e obra. São Paulo: Loyola, 1999.

ULMANN, Reinholdo Aloysio. A universidade medieval. 2. ed. rev. aum. Porto Alegre:EDIPUCRS, 2000.

VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de filosofiaI: problemas de fronteira. São Paulo: Loyola, 1986.

______. Cultura e universidade. Petrópolis: Vozes, 1966.

WOLFF, Francis. Três figuras do discípulo na filosofia antiga. Discurso. São Paulo, n. 22, p. 123-152, 1993.

Downloads

Publicado

31.08.2008

Como Citar

Coêlho, I. (2008). A gênese da docência universitária. Linhas Crí­ticas, 14(26), 5–24. https://doi.org/10.26512/lc.v14i26.3421

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.