Violações dos direitos indígenas e os limites da justiça de transição no Brasil
DOI :
https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i38.37153Mots-clés :
Justiça de transição. Indígenas. Ditadura civil-militar.Résumé
O processo de redemocratização no Brasil não possibilitou o levantamento da verdade sobre a ditadura civil-militar. Este artigo analisa o processo de justiça de transição no Brasil, com ênfase na análise sobre as violações dos direitos indígenas e nas mortes causadas por ações diretas ou omissões do Estado brasileiro. Foram analisadas algumas formas de violações perpetradas por agentes do Serviço de Proteção ao Índio e da Fundação Nacional do Índio que constam no Relatório Figueiredo, conjunto de fontes históricas analisadas na pesquisa. Também foram analisados os relatos de violações contra os Aikewara, no contexto da guerrilha do Araguaia. Na análise se constatou que é eminente a necessidade de avançarmos em busca da memória, verdade, reparação e justiça para os povos indígenas. Portanto, compreender os avanços e limites da justiça de transição para os povos indígenas é imprescindível no aprimoramento de nossa democracia.
Téléchargements
Références
ABRÃO, Paulo; TORELLY, Marcelo D. Mutações do conceito de anistia na justiça de transição brasileira. Revista de Direito Brasileira, v. 3, n. 2, p. 357-379, 2012.
ABREU, Martha; MATTOS, Hebe. “Remanescente das comunidades dos quilombos”: memória do cativeiro, patrimônio cultural e direito à reparação. Iberoamericana, v. 42, p. 147-160, 2011.
ALEXANDRE, André Demetrio; KOZICKI, Katya. A (In)Justiça de Transição para os Povos Indígenas no Brasil. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, 2017.
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
ARTHUR, Paige. Como as “transições” reconfiguram os direitos humanos: uma história conceitual da justiça de transição. In: REATEGUI, Félix (org.). Justiça de Transição: Manual para a América Latina. Brasília: Comissão de Anistia, Ministério da Justiça; Nova Iorque: Centro Internacional para a Justiça de Transição, 2011, p. 73-133.
ANÔNIMOS, Antropólogos. A Política de Genocídio Contra os Índios do Brasil. Portugal: Associação de ex-presos políticos antifascistas (AEPPA), 1974. Centro de Referência Virtual. Disponível em: <http://comissaodaverdade.al.sp.gov.br/relatorio/tomo-i/downloads/A-politica-de-genocidio-contra-os-indios-no-Brasil.pdf>. Acesso em: abr. 2021.
BRASIL. Relatório do Grupo de trabalho sobre: Violações de direitos humanos dos povos indígenas. In: Comissão Nacional da Verdade – Relatório. Volume 2, Textos temáticos, 2014. Disponível em: <http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/>. Acesso em: set. 2018.
BRASIL. Relatórios Anuais dos Ministérios da Agricultura, Indústria e Comércio; do Ministério do Trabalho, Industria e Comércio e do Ministério da Agricultura – site Center for ResearchLibraries – BrazilianGovernmentDocuments. Disponível em: <http://ddsnext.crl.edu/brazil>. Acesso em: set. 2019.
DE HOLLANDA, Cristina Buarque; BATISTA, Vanessa Oliveira; BOITEUX, Luciana. Justiça de transição e direitos humanos na América Latina e na África do Sul. Revista OABRJ, v. 25, n. 02, p. 55-75, 2010.
DREIFUSS, René Armand. 1964: a conquista do Estado - ação política, poder e golpe de classe. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1981.
FERRAZ, Iara. et al. O tempo da guerra: os Aikewara e a guerrilha do Araguaia. Relatório apresentado à Comissão Nacional da Verdade, Brasília, 2014.
JELIN, Elizabeth. Cidadania e Alteridade: o reconhecimento da pluralidade. In: Revista do Iphan, 1996, 24: 15-25.
LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um grande cerco de paz: poder tutela, indianidade e formação do Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1995.
RELATÓRIO FIGUEIREDO – Museu do Índio – Acervo Arquivístico, Disponível em: <http://www.docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=MI_Arquivistico&hf=www.mpf.mp.br&pagfis=201427>. Acesso em: abr. 2021.
SHARP, Dustin N. Investigando as periferias: As preocupações da justiça de transição da quarta geração. Revista Anistia Política e Justiça de Transição n. 10 (jul. / dez. 2013). Brasília – Ministério da Justiça, 2014, p. 220-259.
STAMPA, Inez. Proteção e difusão do patrimônio documental brasileiro no âmbito da justiça e transição: o sombrio legado da ditadura militar e o Centro de Referência Memórias Reveladas. In: STAMPA, Inez; RODRIGUES, Vicente (Orgs.). Ditadura e transição democrática no Brasil: o golpe de Estado de 1964 e a (re)construção da democracia. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2016. p. 26-46.
TEITEL, Ruti G. Genealogia da justiça transicional. In: REATEGUI, Félix (org.). Justiça de Transição: Manual para a América Latina. Brasília: Comissão de Anistia, Ministério da Justiça; Nova Iorque: Centro Internacional para a Justiça de Transição, 2011, p. 135-170.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Em Tempo de Histórias 2021
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License , licença que permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).