A “legalidade democrática” no golpe de 1973

bispos, democracia cristã e El Mercurio no Chile de Allende

Autores

  • Ana Kallás

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i12.20060

Palavras-chave:

Igreja Católica. Legalidade. Golpe Civil-Militar.

Resumo

O presente artigo busca discutir o papel político desempenhado pela alta hierarquia da Igreja Católica do Chile no período de governo da Unidade Popular (1970 ”“ 1973) e sua participação como legitimadora moral do golpe civil-militar que derrubou o presidente Salvador Allende. Entendendo a Igreja como uma instituição privada de organização hierárquica, partimos da hipótese de que diante de um contexto de ativação popular ”“ como era o que caracterizava o Chile em meados de 1972 ”“ a Igreja, por meio de pronunciamentos que invocavam a “paz social” e a “defesa da democracia” acabou por legitimar e se incorporar à frente civil-militar que derrubou Allende. Nosso objetivo é analisar a posição do episcopado sobre a temática da democracia e a convergência entre os pronunciamentos oficiais da Igreja, as resoluções do Partido Democrata-Cristão e os editoriais do jornal El Mercurio no que se refere, por um lado, à oposição entre democracia e socialismo e, por outro, à associação entre democracia, legalidade e ordem.

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Biografia do Autor

Ana Kallás

Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio Janeiro. Este artigo é parte de minha dissertação de mestrado intitulada

 

A Paz Social e a Defesa da Ordem: a Igreja Católica, o governo Allende e o golpe militar de 1973 defendida, em abril de 2008, junto ao Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.

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Publicado

2011-02-02

Como Citar

KALLÁS, Ana. A “legalidade democrática” no golpe de 1973: bispos, democracia cristã e El Mercurio no Chile de Allende. Em Tempo de Histórias, [S. l.], n. 12, 2011. DOI: 10.26512/emtempos.v0i12.20060. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/20060. Acesso em: 22 jul. 2024.

Edição

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