Os significados do não aprender na sala de apoio à aprendizagem: resiliência em processo
DOI:
https://doi.org/10.26512/lc.v21i44.4510Palavras-chave:
Resiliência, Não aprender, Risco, Proteção, Teoria bioecológicaResumo
A abordagem bioecológica de Bronfenbrenner foi adotada como aporte teóricometodológico neste trabalho, que objetivou analisar possíveis inter-relações entre dois microssistemas - família e escola -, no que diz respeito ao modo como é compreendido o não aprender na sala de apoio à aprendizagem (SAA). A pesquisa teve como lócus uma escola da rede estadual de ensino da cidade de Londrina/PR. Participaram do estudo 36 sujeitos, assim distribuídos: treze alunos, treze representantes das famílias (um de cada família), três pedagogas, duas professoras da sala de apoio e cinco professores da sala regular. Adotamos como abordagem a pesquisa qualitativa, de cunho descritivo, na modalidade de estudo de caso. Como instrumento para a coleta de dados, utilizamos a observação sistemática (doze encontros realizados uma vez por semana, durante três meses) e entrevista aos participantes, na modalidade semiestruturada. O estudo envolveu a análise dos microssistemas escolar e familiar, destacando as possíveis intersecções entre eles na significação do não aprender, e levou em conta que as significações estão permeadas por mecanismos de risco e proteção. Nossos resultados indicaram a importância de dar voz aos protagonistas dos microssistemas nos quais a sala de apoio está ancorada, a fim de compreender como o processo de aprendizagem desses alunos é permeado por interações que promovem significados às experiências. Os dados nos convidam a reconhecer que o não aprender constitui risco diante do qual os fatores protetivos-resiliência podem se manifestar.
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