A autoetnografia em pesquisas em Linguística Aplicada: reflexões do sujeito pesquisador/pesquisado
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v18i2.25104Palavras-chave:
Autoetnografia, Metodologia de pesquisa, Identidades, NarrativasResumo
O objetivo deste artigo é ampliar a discussão acerca das implicações do uso da autoetnografia enquanto metodologia de pesquisa em Linguística Aplicada, uma vez que se inscreve num paradigma pós-moderno e desafia a pesquisa científica canônica de base positivista. Nas páginas a seguir, procuro promover a reflexão crítica a partir da minha experiência pessoal enquanto autoetnógrafo, durante a realização da minha pesquisa de doutorado, em que observei minhas próprias práticas enquanto professor de língua inglesa em uma escola pública de Ensino Fundamental-I, bem como busco problematizar os conflitos de identidade que surgem da experiência introspectiva do pesquisador/pesquisado nesta modalidade de investigação. Concluo que, apesar de ser alvo de críticas, a autoetnografia tem o potencial de promover o aprimoramento das práticas de ensino e aprendizagem realizadas nos próprios contextos observados, uma vez que nos fornece subsídios para que possamos promover transformações a partir da reflexão crítica acerca da nossa atuação enquanto professores/pesquisadores.
Downloads
Referências
ANDRÉ, Marli E. D. A. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 1995.
ARRUDA, José P. Tese e Antítese: a autoetnografia como proposta metodológica. In: VII CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA: sociedade, crise e reconfigurações, 2012, Porto. Anais eletrônicos... Porto, 2012. Disponível em: <http://www.aps.pt/vii_congresso/papers/finais/PAP0270_ed.pdf> Acesso em: 27 jun. 2018.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997 [1979].
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas. São Paulo: EDUSP, 1996.
CLIFFORD, James. Sobre a autoridade etnográfica. In: CLIFFORD, J. A experiência etnográfica: a antropologia e literatura no séc. XX. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998. p. 17-58.
DOLORIERT, Clair; SAMBROOK, Sally. Ethical confessions of the “I” of autoethnography: the student's dilemma". Qualitative Research in Organizations and Management: an International Journal, v. 4, n.1, p. 27-459, 2009. DOI: <http://dx.doi.org/10.1108/17465640910951435>.Acessoem: 20 mai. 2019.
ELLIS, Carolyn; BOCHNER, Arthur P. Autoethnography, personal narrative, reflexivity: researcher as subject. In: DENZIN, N.; LINCOLN, Y. (Ed.).Handbook of qualitative research. Sage Pubs, Thousand Oaks, California, 2000.p. 733-768.
ELLIS, Carolyn; ADAMS, Tony E.; BOCHNER, Arthur P. Autoethnography: an overview. Forum Qualitative Sozialforschung / Forum: Qualitative Social Research, v. 12, n. 1, [s.p.], 2011. DOI: <http://dx.doi.org/10.17169/fqs-12.1.1589>. Acesso em: 01 jun. 2019.
ERIKSSON, Thommy. Being native: distance, closeness and doing auto/self-ethnography. ArtMonitor, n. 8, p. 91-100, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/2077/24689>. Acesso em: 06 jun. 2018.
FORTIN, Sylvie. Contribuições possíveis da etnografia e da autoetnografia para a pesquisa na prática artística. Tradução: Helena Mello. Revista Cena7, n. 7, p. 77-88, 2009. Disponível em:<https://seer.ufrgs.br/cena/article/view/11961/7154>. Acesso em 01 de jun. 2019.
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método II. Tradução: Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2002.
GARCEZ, Pedro de Moraes; SCHULZ, Lia. Olhares circunstanciados: etnografia da linguagem e pesquisa em Linguística Aplicada no Brasil. Delta, vol. 31, número especial, p. 1-34, 2015. DOI: <http://dx.doi.org/10.1590/0102-445093806057590158> Acesso em: 17 mar. 2020.
GEE, James P. Situated language and learning: a critique of traditional schooling. New York and London: Routledge, 2004.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de janeiro: LTC, 2008 [1973].
GREEN, Judith; BLOOME, David. Ethnography and ethnographers of and in education: a situated perspective. In: FLOOD, J.; HEATH, S. B.; LAPP, D. (Ed.). Handbook of research on teaching literacy through the communicative and visual arts. New York: Macmillan Publishers, 2008.p. 1-41.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.
JUNIOR, João R. O que é positivismo. 2 ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.
KALANTZIS, Mary; COPE, Bill (Ed.). Multiliteracies: literacy learning and the design of social features. London and New York: Routledge, 2000.
KONDER, Leandro. O que é dialética? São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
KRESS, Gunther. Literacy in the new media age. London and New York: Routledge, 2003.
LANKSHEAR, Colin; KNOBEL, Michele. New literacies: everyday practices and classroom learning. Berkshire: Open University Press, 2006.
LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária, 1986.
MENEZES DE SOUZA, Lynn M. T. Para uma redefinição de letramento crítico: conflito e produção de significação. In: MACIEL, R. F.; ARAUJO, V. A. (Orgs.). Formação de professores de línguas: ampliando perspectivas. Jundiaí: Paco e Littera Editorial, 2011a. p. 128-140.
______ . O professor de inglês e os letramentos no século XXI: métodos ou ética? In: JORDÃO et al. (Org.). Formação desformatada: práticas com professores de língua inglesa. Campinas, SP: Pontes, 2011b. p. 279-303.
MONTE MÓR, Walkyria. Crítica e letramentos críticos: reflexões preliminares. In: ROCHA, C. H.; MACIEL, R. F. (Orgs.). Língua estrangeira e formação cidadã: por entre discursos e práticas. Edição ampliada. Coleção: Novas Perspectivas em Linguística Aplicada v. 33. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013. p. 31-50.
______ . ‘Multi’, ‘trans’ e ‘plural’: discutindo paradigmas. In: TAKAKI, N. H.; MACIEL R. F. (Orgs.) Letramentos em terra de Paulo Freire. Campinas, SP: Pontes Editores, 2014. p. 9-21.
______ Letramentos críticos e expansão de perspectivas: diálogos sobre práticas. In: JORDÃO, C. M.; MARTINEZ, J. R.; MONTE MÓR, W. Letramentos em prática na formação inicial de professores de inglês. Campinas: Pontes Editores, 2018. p. 315-335.
ONO, Fabrício P. T. A formação do formador de professores: uma pesquisa autoetnográfica na área de língua inglesa. 2017, 156f. Tese (Doutorado em Letras) ”“ Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
PARDO, Fernando da Silva. Ensino de línguas, letramentos e desenvolvimento crítico na escola pública: observações e auto-observações. 2018, 219f. Tese (Doutorado em Letras) ”“ Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
PEREIRA, Maria G. D.; VIEIRA, Amitza T. Autoetnografia em estudos da linguagem e áreas interdisciplinares. Veredas, v. 22, n. 1, 2018. Disponível em: <https://www.ufjf.br/revistaveredas/edicoes/2018-9/v-22-no-1/> Acesso em: 17 mar. 2020.
ROCHA, Ana Luiza; ECKERT, Cornelia. Etnografia: saberes e práticas. Iluminuras, v. 9, n. 21, 2008. Não paginado. DOI: <https://doi.org/10.22456/1984-1191.9301> Acesso em: 17 mar. 2020.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um Humanismo. 3 ed. Tradução: Rita Correia Guedes. São Paulo: Abril Cultural, 1987.
SILVA, Roberto B. Interpretações: autobiografia de uma pesquisa sobre letramento literário em língua inglesa. 2011. 215f. Tese (Doutorado em Letras) ”“ Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
SOARES, Érika A. C. Letramentos críticos e o uso da língua alvo no ensino de língua inglesa: um olhar autoetnográfico. 2017. 289f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) ”“ Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.
STARR, Lisa J. The use of autoethnography in educational research: locating who we are in what we do. Canadian Journal for New Scholars in Education, v. 3, n. 1, p. 1-9, June 2010. Disponível em: <https://journalhosting.ucalgary.ca/index.php/cjnse/article/viewFile/30477/24876>. Acesso em: 22 mar. 2019.
VARGHESE, Manka M.; JOHNSTON, Bill. Evangelical Christians and English language teaching. TESOL Quarterly, v.41, p. 5-31, 2007. DOI: <https://doi.org/10.1002/j.1545-7249.2007.tb00038.x>. Acesso em: 20 mai. 2019.
VERSIANI, Daniela B. Autoetnografia: uma alternativa conceitual. Letras de hoje, v.37, n. 4, p. 57-72, dez. 2002. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/fo/ojs/index.php/fale/article/view/14258>. Acesso em: 01 jun. 2019.
WINDLE, Joel A. Social identity and language ideology: challenging hegemonic visions of English in Brazil. Gragoatá, v. 22, n. 42, Niterói, p. 370-392, 2017. DOI: <http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n42a894>. Acesso em: 01 jun. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista Horizontes de Linguistica Aplicada

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Artigos publicados pela Revista Horizontes de Linguística Aplicada são licenciados sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Ao publicar na Horizontes de Linguística Aplicada, os autores concordam com a transferência dos direitos autorais patrimoniais para a revista. Os autores mantêm seus direitos morais, incluindo o reconhecimento da autoria.
Autores e leitores têm o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas . Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais .
- SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.


