O ensino de Português como Língua de Acolhimento (PLAC) na linha do tempo dos estudos sobre o Português Língua Estrangeira (PLE) no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v19i1.24117Palavras-chave:
PLE, PLAc, Políticas linguísticas., Migrações e ensino de línguasResumo
Com este trabalho tem-se a pretensão de situar e caracterizar o ensino de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) na linha do tempo dos estudos sobre o Português Língua Estrangeira (PLE). A proposta é contextualizar o ensino do PLE no Brasil, com ênfase nas políticas linguísticas que envolveram ”“ e ainda envolvem ”“ esse tipo de aquisição de Português (ALMEIDA FILHO, 1999, 2005, 2012; CUNHA; SANTOS, 2002). Na sequência, com o amparo de teorizações de Grosso (2010), Amado (2011), Arantes et. al (2016), Cursino et. al (2016), Lopez (2018) e Diniz e Neves (2018), serão situadas e caracterizadas as concepções de PLAc, com ênfase nas suas especificidades, motivadas por questões geopolíticas e pelo multilinguismo global, especialmente. A conclusão indica que o PLAc representa uma perspectiva outra, inovadora e significativa no campo do PLE, uma vez que, além de assistir a demandas não atendidas pelo Estado (COSTA; SILVA, 2018), baseia sua metodologia numa cultura de ensino participada, que respeita os processos de (re)construção identitária dos sujeitos (ANUNCIAÇÃO, 2018) com foco na promoção da cidadania e na consciência e diálogo interculturais.
Downloads
Referências
ACNUR. Dados sobre refúgio. Disponível em: <http://www.acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/>. 2018. Acesso em: 11 fev. 2019.
ALMEIDA FILHO, José. C.P (Org.). O professor de língua estrangeira em formação. Campinas, São Paulo: Pontes, 1999.
ALMEIDA FILHO, José. C.P. Ensino de português língua estrangeira/EPLE: a emergência de uma especialidade no Brasil. In: LOBO, T. et. al. (Orgs). Rosae: linguística histórica, história das línguas e outras histórias [online]. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 723-728.
ALMEIDA FILHO, José. C.P. O Português como língua não-materna: concepções e contexto de ensino. Museu da Língua Portuguesa: Estação da Luz, 2005. Disponível em: <http://museudalinguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/ENSINO-COMO-LINGUA-NAO-MATERNA.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2020.
AMADO, Rosane. S. Português como Segunda Língua para comunidades de trabalhadores transplantados. Revista da Sociedade Internacional Português Língua Estrangeira (SIPLE), v. 2, 2011.
ANUNCIAÇÃO, Renata. F. M. A língua que acolhe pode silenciar?: reflexões sobre o conceito de “Português como Língua de Acolhimento”. Revista X, v. 13, n. 1, p.35-56, 2018.
ARAI, N.A. Fluência na aquisição do PLE. 1985. f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) ”“ Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1985.
ARANTES, Poliana. C. C.; DEUSDARA, Bruno.; BRENNER, Ana. K. Língua e alteridade na acolhida a refugiados: por uma micropolítica da linguagem. Fórum Linguístico (Online), v. 13, p. 1196-1207, 2016. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/view/1984-8412.2016v13n2p1196>. Acesso em: 8 fev. 2019.
BAENINGER, Rosana. A.; PERES, Roberta. G. Migração de crise: a imigração haitiana para o Brasil. Revista Brasileira de Estudos da População, v. 34, n. 1, p.119-143, jan./abr. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010230982017000100119&lng=pt&nrm=is.o. Acesso em :12 jan. 2019.
BAENINGER, Rosana et. al. (Orgs.). Migrações sul-sul. 2 ed. Campinas, SP: Núcleo de Estudos de População “ElzaBerquó”/Nepo/Unicamp, 2018.
BRASIL. Nova Lei de Migrações nº 13.445/2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13445.htm>. Acesso em: 30 jan. 2019.
CALDAS, V. M. C. A competência comunicativa em livros didáticos de PE: uma avaliação. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada) ”“ Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1988.
CALVET, Louis-Jean. As políticas linguísticas. Florianópolis/São Paulo: Ipol/Parábola. 2007.
CLOCHARD, Olivier. Les réfugiés dans le monde entre protection et illégalité. EchoGéo, n.2, p. 1-27, 2007. Disponível em: <https://journals.openedition.org/echogeo/1696>. Acesso em: 07 mar. 2020.
COSTA, Eric. J.; SILVA, Flávia. C. Legislação migratória e Português como Língua de Acolhimento: reflexões sobre políticas linguísticas e lingua(gem). Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura, ano 14, v. 2, n.23, p. 598-612, 2018.
COUDRY, Pierre.; FONTÃO, Elizabeth. Fala Brasil. Campinas: Pontes Editores, 1989.
CUNHA, Maria. J. C.; SANTOS, Percília. Tópicos em Português Língua Estrangeira. Brasília: Ed. da UnB, 2002.
CURSINO, Carla. et al. Português Brasileiro para migração humanitária (PBMIH): reflexões linguísticas e pedagógicas para o ensino de PLE em contexto de migração e refúgio. In: RUANO, Bruna Pupatto; SANTOS, Jovania Maria Perin; SALTINI, Lygia Maria Leite (Orgs.). Cursos de português como língua estrangeira no Celin-UFPR: práticas docentes e experiências em sala de aula. Curitiba: Ed. UFPR, 2016. p. 317-136.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. V. 3. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2004.
DELL’ISOLA, Regina .L.P.. O contexto e a compreensão lexical na leitura em Português Língua Estrangeira. 1999. f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) ”“ Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1999.
DINIZ, Leandro. R. A; NEVES, Amélia. O. Políticas linguísticas de (in)visibilização de estudantes imigrantes e refugiados no ensino básico brasileiro. In: Revista X, v.13, n.1, p. 87-110, 2018.
ELHAJJI, Mohammed. Mapas subjetivos de um mundo em movimento: migrações, mídia étnica e identidades transnacionais. In: MAIA, J; HELAL, C. (Orgs.). Comunicação, arte e cultura na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2012. p. 215-238.
FERNANDES, Gláúcia R. R; FERREIRA, Telma. L.S.B; Ramos, Vera. L. Muito prazer!: fale o Português do Brasil. Editora Disal, 2008.
GIDDENS, Anthony. The consequences of modernity. Cambridge: Polity Press, 1990.
GROSSO, Maria. J. Língua de acolhimento, língua de integração. Horizontes de Linguística Aplicada, v. 9, n. 2, p. 61 77, 2010.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. DP&A Editora: Rio de Janeiro, 2003.
INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS ”“ IPEA. Ministério da Justiça, Secretaria de Assuntos Legislativos. Migrantes, apátridas e refugiados: subsídios para o aperfeiçoamento de acesso a serviços, direitos e políticas públicas no Brasil. Brasília. Série Pensando o Direito, n. 57, 2015.
LIMA, Emma E.; IUNES, Samira A. Falar, ler, escrever português. São Paulo: EPU, 1999.
LIMA, Emma E.; IUNES, Samira A. Novo Avenida Brasil. São Paulo: EPU, 2008.
LIMA, Emma.E. et al. Avenida Brasil. São Paulo: EPU, 1992.
LOPEZ, Ana. Paula A.. A aprendizagem de português por imigrantes deslocados forçados no Brasil: uma obrigação? Revista X, v.13, n.1, p. 9-34, 2018.
LOPEZ, Ana Paula. A.; DINIZ, Leandro. R. A. Iniciativas jurídicas e acadêmicas para o acolhimento no Brasil de deslocados forçados. Revista da Sociedade Internacional Português Língua Estrangeira ”“ Siple v. 9, [s.p.], 2019.
MARTINS, José S. O problema das migrações no limiar do terceiro milênio. In: O fenômeno migratório no limiar do terceiro milênio. Desafios Pastorais. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
MORITA, Marisa K. Diálogo a distância no processo de aquisição da oralidade em LE. Dissertação (Mestrado em Lingusística Aplicada) ”“ Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, São Paulo, 1993.
MORO, Marie. R. Psicoterapia transcultural da migração. Revista Psicologia USP, São Paulo , v. 26, n.2, p.186-192, 2015.
OLIVEIRA, Antônio. T. R. Migrações internacionais e políticas migratórias no Brasil. Cadernos OBMigra, n. 3, v. 1, s.p, 2015.
OLIVEIRA, Gilvan. M. Um atlântico ampliado: o português nas políticas linguísticas do século XXI. In: LOPES, Luiz P. M (Org.). O português no século XXI. São Paulo: Parábola, 2013.
PEREIRA, Giselda. F. Práticas para o ensino de português como língua de acolhimento em contexto escolar não formal: uma pedagogia intercultural. 2016. 245f. Tese (Doutorado em Letras) ”“ Centro de Comunicação e Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/3216>. Acesso em 22 fev. 2019.
PINTO, Alexandre. D. A institucionalização do Português Língua Não Materna em Portugal. Revista Proformar, v. 21, p. 2007. Disponível em: < http://proformar.pt/revista/edicao_21/institucionaliza_portugues.pdf>. Acesso em: 27 fev. 2019.
PONCE, Maria Harumi et al. Bem-Vindo!: A língua portuguesa no mundo da comunicação. São Paulo: SBS, 1999.
RAMALHETE, Raquel. Tudo Bem. Rio de Janeiro: AoLivro Técnico, 1984.
REVUZ, Christine. A língua estrangeira entre o desejo de um outro lugar e o risco do exílio. In: SIGNORINI, I. (Org.). Língua(gem) e identidade. 2. ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1998. p. 213-230.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001.
SÃO BERNARDO, Mirelle. A. Português como língua de acolhimento: um estudo com imigrantes e pessoas em situação de refúgio no Brasil. 2016. 206 f. Tese (Doutorado em Linguística) ”“ Centro de Educação e Ciências humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2016.
SILVA, Kleber. A; SANTOS, Danúsia. T. O português como língua (inter)nacional. Campinas: Pontes Editores, 2013.
SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
TROUCHE, Lygia. M. G. O Marqués de Pombal e a implentação da língua portuguesa no Brasil: reflexões sobre o Diretório 1757. Cadernos de Letras da UFF, Niteroi, n.1, p. 97-110, 2001.
WEISS, Denise. B. Ensino do artigo em cursos de português para japoneses. 1994. f. Dissertação (Mestrado em Lingüística) ”“ Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1994.
ZOPPI-FONTANA, Mônica. G. O português do Brasil como língua transnacional. Editora RG, Campinas, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista Horizontes de Linguistica Aplicada
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A Revista Horizontes de Linguística Aplicada de http://seer.bce.unb.br/index.php/horizontesla/index é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.