Saúde íntima feminina na Inglaterra do século XVII através do trabalho de Hannah Woolley
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v24i46.56462Palavras-chave:
Inglaterra seiscentista, Saúde íntima, Mulher inglesaResumo
Na Inglaterra do século XVII, havia a tradição da elaboração de livros receituários domésticos, os quais continham desde receitas culinárias até prescrições médicas caseiras. Neste contexto, inserem-se as obras da doméstica inglesa Hannah Woolley (1622-1675), pioneira em publicações femininas de cunho receituário na Inglaterra, diferenciando-se pela sua atestada experiência com as receitas que escrevia e publicava. Aspecto este que não ocorria com as autoridades masculinas que dominavam o mercado editorial, baseando-se em conhecimentos teóricos para discorrerem sobre receituários médicos voltados para a vida doméstica e saúde íntima feminina. A partir deste contexto, o presente artigo pretende compreender aspectos da saúde íntima feminina, como a menstruação, fertilidade, gravidez e aborto. Para isso, será utilizada a perspectiva de Woolley, uma doméstica inglesa praticante da medicina caseira e empírica, que falava para um público do qual era parte integrante, conhecendo suas necessidades e demandas. Assim, utilizaremos as obras “A Supplement to The Queen-Like Closet” (1674) e “The Accomplished Lady’s Delight” (1675), nos quais Woolley traz receituários para a saúde íntima feminina.
Downloads
Referências
CHAMBERLAIN, Peter. Dr. Chamberlain’s Midwives Practice. London: Printed for Thomas Rook, 1665.
COOPER, William. A Compendium of Midwifery. Londes: [s.n.], 1766.
HELKIAH, Crooke. Mikrokosmographia: A Description of the Body of Man. London: William Jaggard, 1615.
CULPEPER, Nicholas. Directory for Midwives. London: Printed by Peter Cole, 1651.
DONAGHY, Paige. Miscarriage, False Conceptions, and Other Lumps: Women’s Pregnancy Loss in Seventeenth — and Eighteenth-Century England. In: Social History of Medicine, [S.I], vol. 34, nº 4, p. 1138-1160, nov. 2021.
DRAKE, James. Anthropologia Nova; or, A New System of Anatomy. London: Sam. Smith and Benj. Walford, 1707.
EVANS, Jennifer. Aphrodisiacs, Fertility and Medicine in Early Modern England. [S.I]: Royal Historical Society, 2019.
EVANS, Jennifer. ‘It bringeth them into dangerous perill’: management of and recovery after miscarriage in early modern England, c.1600–1750. In: Historical Research, [S.I], vol. 96, nº 271, p. 17-31, fev. 2023.
EVANS, Jennifer. ‘Gentle Purges corrected with hot Spices, whether they work or not, do vehemently provoke Venery’: Menstrual Provocation and Procreation in Early Modern England. In: Social History of Medicine, [S.I], vol. 25, nº 1, p.
-19, mar. 2011.
EVANS, Jennifer. “A Toste wett in Muskadine”: preventing miscarriage in early modern English recipe books c.1600–1780. In: Women’s Writing Journal, [S.I], vol. 27, nº 4, p. 514-532 , nov. 2022.
EZELL, Margaret J. M. Cooking the books, or, the three faces of Hannah Woolley. In: Reading and Writing Recipe Book (1500-1800). Manchester: Manchestre University Press, 2013, p. 159.
GALEOTTI, Giulia. História do Aborto. São Paulo: Edições 70, 2003.
GOWING, Laura. Common Bodies: Women, Touch and Power in Seventeenth-Century England. New Haven and London: Yale University
Press, 2003.
GREY, Elizabeth, Condessa de Kent. A choice manual, or, rare and select secrets in physick and chirurgery. Londres: Printed by G.D. and are to be sold by William Shears, 1653.
GUILLEMEAU, Jacques. Child-birth. London: Printed by A. Hatfield, 1612, p. 221.
HOME, Randle. The Academy of Armory; or, A Storehouse of Armory and Blazon Containing the Several Variety of Created Beings. Chester: [s.n.], 1688.
LEONG, Elaine. Collecting Knowledge for the Family: Recipes, Gender and Practical Knowledge in the Early Modern English Household. In: Journal of the European Society for the History of Science, [S.I], vol. 55, nº 2, p. 81-103, mai. 2013.
LINDEMANN, Mary. Medicine and society in Early Modern Europe. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
NAGY, Doreen Evenden. Popular medicine in seventeenth-century England. Ohio: Bowling Green State University Popular Press, 1988.
READ, Sara. Menstruation and the Female Body in Early Modern England. [S.I.]: Palgrave Macmillan, 2013.
RIDDLE, John M. Contraception and Abortion from the Ancient World to the Renaissance. Cambridge: Harvard University Press, 1994.
SADLER, John. The Sick Woman’s Private Looking-Glasse. London: Printed by Anne Griffin, 1636.
SCOTT, Caitilin. Birth Control and Conceptions of Pregnancy in Seventeenth Century England. In: Retrospectives: A Postgraduate History Journal, Coventry, vol. 2, nº 1, mai. 2013, p. 73-85.
SHARP, Jane. The Midwives Book. Londres: Printed for Simon Miller, at the
Star at the West End of St. Pauls, 1671.
SOARES, Marina Juliana de Oliveira. As receitas médicas de Hannah Woolley: prática cotidiana e autoridade feminina na Inglaterra do século XVII. In: História Ciência Saúde - Manguinhos, Manguinhos, vol. 30, nº 7, abr. 2023, p. 1-17.
TREMBLAY-COSGROVE, Petra A. Hannah Wooley: Martha Stewart of the 17th. [S.I]: [s.n], mai. 2013. WALLE, Etienne van de. Flowers and Fruits: Two Thousand Years of Menstrual Regulation. In: The Journal of Interdisciplinary History, Cambridge, vol.
, nº 2, p. 183-203, out 1997.
WHALEY, Leigh. Woman and the Practice of Medical Care in Early Modern Europe, 1400-1800. New York: Palgrave Macmillan, 2011, p. 316.
WOOLLEY, Hannah. The Accomplished Lady’s Delight. London: Benjamin Harris, 1675.
WOOLLEY, Hannah. A Supplement to The Queen-Like Closet. London: Printed by T. R, 1674
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Em Tempo de Histórias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License , licença que permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
 - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
 - Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
 
						
							








  