Uma análise crítica de manuais de atuação de intérpretes em contexto de refúgio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v13.n1.2024.51483

Palavras-chave:

Interpretação comunitária. Assistência linguística. Refúgio. Análise do discurso assistida por corpus. Formação de intérpretes.

Resumo

A intensificação das mobilidades humanas pressupõe reflexões de como assegurar o direito linguístico de pessoas com pouca ou nenhuma proficiência na(s) língua(s) oficial(is) de um país, dentre as quais o de pessoas refugiadas, excluídas dos sistemas de assistência por falarem línguas distintas dos agentes que prestam serviços dessa natureza. Frente a tamanho desafio, faz-se necessária a implementação de uma política de assistência linguística, tributária da criação de um sistema integrado de formação, certificação e credenciamento de profissionais da mediação linguística. Se poucos são os países que oferecem cursos especializados na área, muitos deles contam, para pautar a atuação dos intérpretes comunitários, com manuais e códigos de ética elaborados sem o necessário embasamento em estudos linguísticos e, ainda menos, em reflexões especializadas sobre tradução/interpretação. Nesse contexto, a presente reflexão tem como objetivo descrever alguns desses materiais com foco nos conceitos de língua, tradução e interpretação e as representações que deles emergem. Os dados foram tratados com base na análise do discurso direcionada por corpus, que permitiu identificar a predominância de uma visão idealizada e fantasiosa da atividade de tradução e do papel do intérprete comunitário, manifestada linguisticamente por meio de palavras como “neutralidade”, “imparcialidade” e “precisão”, entre tantas outras. Percebe-se, que, embora produzidos por países com histórico de acolhimento de imigrantes e dotados de serviços de assistência linguística, os manuais veiculam conceitos reducionistas e essencialistas de uma suposta transparência e invisibilidade da atividade tradutória.

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Biografia do Autor

Sabine Gorovitz, Universidade de Brasília

Doutora em Sociolinguística (2008) pela Université Paris Descartes, Paris V, França. Mestre em Comunicação (2000) pela Universidade de Brasília. Especialista em Direção audiovisual (1996) pela Université Paul-Valéry - Montpellier III, França. Graduação em Línguas Estrangeiras Aplicadas à Economia (1993) pela Université Paul-Valéry - Montpellier III, França. Realizou estágio pós-doutoral (2012-2013) no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), França. É professora associada na Universidade de Brasília. 

Referências

REFERÊNCIAS

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Publicado

12-11-2024

Como Citar

GOROVITZ, Sabine; VALVERDE DA SILVA, Júlia Cristina. Uma análise crítica de manuais de atuação de intérpretes em contexto de refúgio. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 13, n. 1, p. 01–22, 2024. DOI: 10.26512/belasinfieis.v13.n1.2024.51483. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/51483. Acesso em: 3 dez. 2024.

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