O ensino de línguas estrangeiras no Brasil e a “compreensão do estrangeiro”: o papel da tradução

Autores

  • Ruth Bohunovsky Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.26512/rhla.v8i2.749

Palavras-chave:

Tradução;, Ensino de línguas estrangeiras;, Competência cultural

Resumo

A tradução está perdendo o estigma de não combinar com o ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira. Porém, ainda há poucas reflexões sobre os diferentes usos didáticos e metodológicos da tradução nesse contexto. O Quadro Europeu Comum representa uma base interessante, entretanto limitada, para se pensar sobre o papel da “mediação linguística” no ensino de línguas estrangeiras no Brasil. Neste artigo, discutimos as diferenças entre a situação europeia na qual e para a qual o Quadro foi desenvolvido e o contexto brasileiro onde esse documento vem ganhando influência. Partindo da definição da “compreensão do estrangeiro” ”“ nos moldes teóricos propostos por Claus Altmayer (2004) ”“ como sendo um objetivo didático, discorremos sobre o uso de atividades tradutórias num sentido mais amplo do que o proposto no Quadro, levando em consideração as especificidades brasileiras de ensino. Com base nessa discussão, sugerimos reflexões e pesquisas mais abrangentes sobre a complexidade do ato tradutório e os benefícios da tradução no ensino de línguas estrangeiras no nosso país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ruth Bohunovsky, Universidade Federal do Paraná

Professora Doutora da Universidade Federal do Paraná ”“ UFPR

Referências

ALTMAYER, Claus. Kultur als Hypertext: Zu Theorie und Praxis der Kulturwissenschaft im Fach Deutsch als Fremdsprache. München: Iudicum, 2004.

ARROJO, Rosemary. O signo desconstruído: implicações para a tradução, a leitura e o ensino. Campinas, SP: Pontes, 1992.

BLUME, Rosvitha Friesen. O diálogo intercultural como processo hermenêutico no ensino de língua estrangeira: uma análise da obra didática “Themen Neu”.1997. Dissertação (Mestrado de Linguística) ”“Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis (SC), 1997.

BOHUNOVSKY, Ruth;ZINK B., Carmen. Deutsch für Brasilianer: Begegnungen mit dem Fremden als Vorbereitung für interkulturelle Kompetenz. Zeitschrift für Interkulturellen Fremdsprachenunterricht, vol. 10, n. 3, 2005. Disponível em: <http://zif.spz.tu-darmstadt.de/jg-10-3/beitrag/BohunovskyBolognini2.htm>. Acesso em: 25 maio 2009.

CHECCHIA, Rosângela Lopes Toledo. O retorno do que nunca foi:o papel da tradução no ensino de inglês como língua estrangeira. 2002. Dissertação(Mestrado em Linguística Aplicada) -Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Universidade de Brasília, Brasília,2002.

CHRIST, Herbert. Fremdverstehen in der Praxis interkulturellen Lernens im Fremdsprachenunterricht.In: BREDELLA, Lothar; CHRIST, Herbert (Org.). Fremdverstehen und Interkulturelle Kompetenz. Tübingen: Gunter Narr, 2007. p. 51-77.

DENGSCHERZ, Sabine. Sprachennetze knüpfen: Warum Sprachvergleich beim Lernen hilft. ÖDaF-Nachrichten, Viena, vol. 24, n. 2, p. 47-54, 2008.

DORNBUSCH, Claudia S. A literatura alemã nos trópicos: uma aclimatação do cânone nas universidades brasileiras. São Paulo: Annablume, 2005.

Fremdsprache Deutsch ”“Übersetzen im Deutschunterricht.Zeitschrift für die Praxis des Deutschunterrichts. Stuttgart: Klett; Heft 23, 2000.

GLABONIAT, Manuela; MÜLLER, Martin; RUSCH, Paul. Profile Deutsch: Gemeinsamer Europäischer Referenzrahmen. Berlin, München: Langenscheidt, 2005.

HABERMAS, Jürgen. Theorie des kommunikativen Handelns. Frankfurt am Main: Suhrkamp,1981.

HARGREAVES, Luiz Eduardo Saldanha. Além da língua:tradução e consciência crítica de cultura no ensino de línguas estrangeiras.2004. Dissertação(Mestrado em Linguística Aplicada) ”“Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Universidade de Brasília, Brasília, 2004.

JANZEN, Henrique E. Aproximações pedagógicas e interculturais possíveis no ensino de literatura estrangeira.Línguas & Letras.Cascavel, vol. 8, n.14, p. 247-258, 2007.

LEUPOLD, Eynar. Landeskundliches Curriculum. In: BAUSCH, Karl-Richard; CHRIST,Herbert; KRUMM, Hans-Jürgen. (Orgs.). Handbuch Fremdsprachenunterricht. Tübingen: Gunter Narr, 2007. p. 127-133.

MEIRELES, Selma. Estilo conversacional, interculturalidade e língua estrangeira. Pandaemonium Germanicum.São Paulo, FFLCH/USP, n. 9, p. 311-326, 2005.

PRAXEDES, Carmem. Quadro Comum Europeu de ensino-aprendizagem e avaliação de línguas”“o que falta ao Cone Sul para seguir este exemplar modelo de integração multicultural?2008. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/revista/40suple/quadro_comum_europeu.pdf>. Acesso em: 25 maio 2009.

SURKAMP, Carola. Fremdes spielerisch verstehen lernen: Zum Potenzial dramatischer Texte und Zugangsformen im Fremdsprachenunterricht In: BREDELLA, Lothar, CHRIST, Herbert (Org.). Fremdverstehen und interkulturelle Kompetenz.Gießener Beiträge zur Fremdsprachendidaktik. Tübingen: Gunter Narr, 2007. p. 133-147.

WELKER, Herbert Andreas. Traduzir frases isoladas na aula de língua estrangeira: por que não? 2004. Disponível em: . Acesso em: 11 dez. 2008.

Downloads

Publicado

2011-04-09

Como Citar

Bohunovsky, R. (2011). O ensino de línguas estrangeiras no Brasil e a “compreensão do estrangeiro”: o papel da tradução. Revista Horizontes De Linguistica Aplicada, 8(2), 170. https://doi.org/10.26512/rhla.v8i2.749

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.