Estudos da infância, antropologia e etnografia: potencialidades, limites e desafios

Autores

  • Manuela Ferreira Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação; Centro de Investigação e Intervenção Educativa, Portugal
  • Ângela Nunes Centro em Rede de Investigação em Antropologia, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.26512/lc.v20i41.4260

Palavras-chave:

Estudos da infância, Antropologia, Etnografia, Epistemologia

Resumo

Partindo da etnografia como denominador metodológico comum aos campos dos estudos da infância e da antropologia e subscrevendo a sua importância para conhecermos as crianças a partir delas mesmas, o presente artigo visa a abordar as potencialidades desta abordagem, dando a conhecer contributos oriundos destes campos disciplinares; refletir acerca dos efeitos colocados por limites, como os etários e espaço-temporais; e identificar alguns dos desafios que hoje em dia se colocam à pesquisa etnográfica com crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Manuela Ferreira, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação; Centro de Investigação e Intervenção Educativa, Portugal

Professora associada da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e pesquisadora do Centro de Investigação e intervenção Educativa,em Portugal. 

Ângela Nunes, Centro em Rede de Investigação em Antropologia, Portugal

Doutora em Antropologia da Educação pelo Instituto Universitário de Lisboa e pesquisadora no Centro em Rede de Investigação em Antropologia, em Portugal. 

Referências

ALDERSON, Priscilla; MORROW, Virginia. Ethics, social research and consulting with children and young people. London: Tanners Lane, Barnardo’s. 2004.

BIRBECK, David; DRUMMOND, Murray. Interviewing, and listening to the voices of, very young children on body image and perceptions of self. Early Child Development and Care, v. 175, Issue 6, 2005. p. 579-596.

CAMERA, Hildair. Do olhar que convoca ao sorriso que responde: possibilidades interativas entre bebês. Dissertação (Mestrado em Educação)”“ Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

CAPUTO, Virginia. Anthropology’s silent “others”: a consideration of some conceptual and methodological issues for the study of youth and children’s cultures. In: AMIT-TALAI, Vered; WULFF, Helen (Org.). Youth Cultures: a Cross-cultural Perspective. London: Routledge, 1995. p. 19-42.

CHRISTENSEN, Pia; JAMES, Allison. Research with children: perspectives and practices. London: Falmer Press, 2000.

COCKS, Alison. The ethical maze: finding an inclusive path towards gaining children’s agreement to research participation. Childhood, v. 13, n. 2, p. 247-266, maio 2006.

COLONA, Elena. “Eu é que fico com a minha irmã” ”“ vida quotidiana das crianças na periferia de Maputo. 2011. Tese (Doutorado em Estudos da Criança)”“ Instituto de Educação, Universidade do Minho, 2011.

CORSARO, William. Friendship and peer culture in the early years. Norwood: Ablex Publishing Corporation, 1985.

CORSARO, William. Sociology of childhood. London: Pine Forge, 1997.

CURRENT SOCIOLOGY, special issue, mar. 2010.DAVIES, Brownyn. Frogs and snails and feminist tales: preschool children and gender. Sydney: Allen & Unwin PTY Ltd., 1989.

DELALANDE, Julie. La cour de récréation, pour une anthropologie de l’enfance. Rennes: PUR, 2001.

DELGADO, Ana Cristina Coll. Estudos Antropológicos da Infância no Brasil, caminhos problematizações e diálogos. In: FILHO, Altino; PRADO, Patrícia. Das pesquisas com crianças à complexidade da infância. Campinas: Autores Associados, 2011. p. 181-210.

DEROUET, Jean-Louis; HENRIOT-VAN ZANTEN, Agnès; SIROTA, Régine. Approches ethnographiques en sociologie de l’éducation: l’école et la communauté, l’établissement scolaire, la classe. Note de synthèse. Revue Française de Pedagogie, n. 80, jul.-ago.-set., p. 69-97, 1987.

FERREIRA, Manuela. “A gente aqui o que gosta mais é de brincar com os outros meninos!” ”“ as crianças como actores sociais e a (re)organização social do grupo de pares no cotidiano de um Jardim de Infância”. 2002. Tese (Doutorado)”“ Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, 2002.

FERREIRA, Manuela; ROCHA, Cristina. “Vou fazer seis anos! Queres vir à minha festa?” A construção sócio-cultural do aniversário: valores, práticas sociais em contextos de Jardim de Infância e famílias de meio rural e urbano”. In: CONGRESSO INTERNACIONAL MUNDOS SOCIAIS E CULTURASIS DA INFÂNCIA. Actas... Braga, Universidade do Minho, p. 356-372, 2000.

FERREIRA, Manuela. Olhares da sociologia sobre a infância, as crianças e a sua educação na produção académica nacional (1995-2005): balanço crítico e contributos da Sociologia da Infância, Encontro Contextos Educativos na Sociedade Contemporânea, APS, 2009. Disponível em: . Acesso em: 26 nov. 2013.

FERREIRA, Manuela. As crianças na escola e a reconstituição do seu ofício como alunos/as ”“ análise da produção académica nacional (1995-2005): campos disciplinares, instituições e temáticas. Comparências, ausências e prelúdios. Revista da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, n. 6/7, 2007/2008, p. 15-126, 2010.

FERREIRA, Manuela. Figures de l’enfance, des enfants et leur éducation dans la production universitaire portugaise (1995-2005): quelle est la contribution de la sociologie de l’enfance? ”“ analyse critique. In: BRABANT, Louise Hamelin; TURMEL, André (Dir.) Les figures de l’enfance d’hier à aujourd’hui: un regard sociologique, Québec: Québec Presses Interuniversitaires, 2012. p. 205-222.

FERREIRA, Manuela. As crianças, a infância e a educação na produção académica nacional, nas universidades públicas e privadas. Portugal 1995-2005. Porto: CIIE/FCT/Livpsic, 2013. (no prelo).

GEERTZ, Cliford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.

GORDON, Tuula; HOLLAND, Janet; LAHELMA, Elina. Ethnographic research in educational settings. In: ATKINSON, Paul et al. Handbook of Ethnography. London: Sage, 2001. p.188-203.

GOTTLIEB, Alma. Where have all the babies gone? Towards an Anthropology of infants (and their caretakers). Anthropological Quarterly, v. 73, n. 3, 121-132, jul. 2000.

GUIMARÃES, Daniela. Relações entre bebês e adultos na creche: o cuidado como ética. São Paulo: Cortez Editora, 2011.

HARDMAN, Charlotte. Can there be an anthropology of children? Journal of the Anthropology Society Oxford 4 (1), 1973. p. 85-99.

HIRSCHFELD, Lawrence. Why don’t anthropologists like children? American Anthropologist, v. 104, n. 2, 611-627, jun. 2002.

HOLLOWAY, Sarah; VALENTINE, Gill. Children’s geographies, playing, living, learning. London: Routledge, 2000.

JAMES, Allison. Childhood identities, self and social relationships in the experience of the child. Cambridge: Edinburgh University Press, 1993.

JAMES, Allison. Ethnography in the study of children and childhood, In: ATKINSON, Paul et al. Handbook of Ethnography. London: Sage, 2001. p. 246-257.

JAMES, Allison. Give a voice to children’s voice: practices and problems, pitfalls and potentials. American Anthropology, v. 109, n. 2, p. 261-272, jun. 2007.

JAMES, Allison; JENKS, Chris; PROUT, Alan. Theorising childhood. London: Polity Press, 1998.

JAMES, Allison, PROUT, Alan. Constructing and Reconstructing Childhood, Contemporary Issues in the Study of Childhood. London: Falmer Press, 1997.

JOHANSSON, Barbo. Doing adulthood in childhood research. Childhood, v. 19, n. 1, p. 101-104, set. 2011.

LANCY, David. The Anthropology of Childhood: cherubs, chattel, changelings. New York: Cambridge University Press, 2009.

LANCY, David. Unmasking Children’s Agency. AnthropoChildren, Issue 2, 2012. Disponível em: <http://popups.ulg.ac.be/AnthropoChildren/document.php?id=1253>. Acesso em: 26 nov. 2013.

LeVINE, Robert. Ethnographic studies of childhood: a historical overview. American Anthropology, v. 109, n. 2, p. 247-260, June. 2007.

MACKAY, Robert W. Conceptions of chidren and models of socialization. In: WAKSLER, Frances C. (Ed.) Studying the Social Worlds of Children: sociological readings. London: Falmer Press, 1991. p. 23-37.

MARTINS FILHO, Altino. Jeitos de ser criança: balanço de uma década de pesquisas com crianças, apresentadas na ANPED. In: MARTINS FILHO, Altino; PRADO, Patrícia. Das pesquisas com crianças à complexidade da infância. Campinas: Autores Associados, 2011. p. 81-106.

NUNES, Ãngela. A sociedade das crianças A’uwe-Xavante: por uma antropologia da criança. Lisboa: Ministério da Educação, Instituto de Inovação Educacional, 1999.

NUNES, Ãngela. Brincando de ser criança: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância. 2003. Tese (Doutorado)”“ ISCTE, Portugal, 2003. Disponível em: <http://repositorio-iul.iscte.pt/handle/10071/684>. Acesso em: 26 nov. 2013.

NUNES, Ãngela. Can ethnography and participant observation help raise voice, agency and protagonism? Notes from fieldwork with Portuguese children in Germany. In: Migrants Ì Children, Migrant Children & Inter-Ethnic Relations in the XXIst century.Presses Universitaires de Liège, 2013. (no prelo).

NUNES, Ãngela; CARVALHO, Rosário. Questões metodológicas e epistemológicas suscitadas pela Antropologia da Infância. BIB/ANPOCS, n. 68, p. 77-97, 2009.

OLIVEIRA, Allessandra M. R. Do outro lado. A infância sob o olhar de crianças no interior da creche. 2001. Dissertação (Mestrado em Educação)”“ UFSC, Florianópolis, 2001.

PIRES, Liliana. “Eu mandava limpar o bairro todo...”, (contra)tempos da participação infantil. Contributos da análise da participação das crianças nos tempos livres. 2004. Dissertação (Mestrado)”“ Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, 2004.

PROUT, Alan. Foreword. In: CHRISTENSEN, Pia; JAMES, Allison (Eds.), Research with children: perspectives and practices. London: Falmer Press, 2002. p. xi-xii.

PROUT, Alan. The future of Childhood: towards the interdisciplinary study of children. London: RoutledgeFalmer, 2005.

QUEIRÓS, Augusta. The Camelot Park ”“ aniversários de crianças vividos em espaços de diversão ”“ rituais contemporâneos para/da infância”. 2009. Dissertação (Mestrado)”“ Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, 2009.

QVORTRUP, Jens. Foreword. In: BRANNEN, Judith; O’BRIEN, Margareth. Children in families, policy and research. London: The Falmer Press, 1996. p. xi-xiii.

ROCHA, Eloisa. A pesquisa na educação infantil no Brasil: trajectória recente e perspectivas de consolidação de uma pedagogia da educação infantil. 1999. Tese (Doutorado)”“ Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, 1999.

ROCHA, Eloisa; KRAMER, Sónia. (Org.). Educação infantil. Enfoques em diálogo. pedagógicas. Campinas, SP: Papirus, 2011.

SCALABRIN, Angela. As crianças no interior da creche: a educação e o cuidado nos momentos de sono, higiene e alimentação. 2002. Dissertação (Mestrado em Educação)”“ UFSC, Florianópolis, 2002.

SCALABRIN, Angela. “A acção social dos bebés ”“ um estudo etnográfico no contexto da creche”. 2010. Tese (Doutorado em Estudos da Criança)”“ Instituto de Educação, Universidade do Minho, 2010.

SILVA, Pedro. A etnografia vista através de um sociólogo da educação. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ETNOGRAFIA E EDUCAÇÃO, II, 2007. Anais... Universidad Autónoma de Barcelona, 2007.

SCHMITT, Rosinete. Mas eu não falo a língua deles! As relações sociais de bebês em creche. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação)”“ UFSC, Florianópolis, 2008.

SOLBERG, Ann. The challenge in children research: from “being” to “doing”. In: BRANNEN, Judith; O’BRIEN, Margareth. Children in families, policy and research.London: Falmer Press, 1996. p. 53-65.

SZULC, Andrea; COHN, Clarice. Anthropology and Childhood in South America: Perspectives from Brazil and Argentina. AnthropoChildren, Issue 1, jan. 2012. Disponível em: <http://popups.ulg.ac.be/AnthropoChildren/document.php?id=427>. Acesso em: 26 nov. 2013.

TISDALL, E. Kay M.; PUNCH, Samantha. Not so “new”? Looking critically at childhood studies. Children’s Geographies, v. 10, n. 3, p. 249-264, ago. 2012.

THORNE, Barrie. Gender play, girls and boys in school. London: Open University Press, 1993.

TOREN, Christina. Making History: the Significance of Childhood Cognition for a Comparative Anthropology of Mind. Man, v. 28, n. 3, p. 461-478, set. 1993.

TOREN, Christina. Anthropology as the whole science of what is to be human. In: FOX, Richard G.; KING, Barbara J. (Eds.). Anthropology beyond culture. New York: Oxford, 2002. p. 105-124.

UPRICHARD, Emma. Children as ‘being and becomings’: children, childhood and temporality. Children & Society, v. 22, n. 4, p. 303-313, jul. 2008.

WOODHEAD, Martin. Child development and the development of childhood. In: QVORTRUP, Jens; CORSARO, William, HONIG, Michael-Sebastian (Ed.). Handbook of childhood studies. London: Palgrave, 2009. p. 46-61.

Downloads

Publicado

09.05.2014

Como Citar

Ferreira, M., & Nunes, Ângela. (2014). Estudos da infância, antropologia e etnografia: potencialidades, limites e desafios. Linhas Crí­ticas, 20(41), 103–123. https://doi.org/10.26512/lc.v20i41.4260

Edição

Seção

Dossiê 2014 - Estudos da Infância

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.