Surdocegueira e pontos de ancoragem no ensino remoto: translinguagem como caminho possível
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v22i1.43985Palavras-chave:
Surdocegueira. Pandemia. Práticas translíngues, Surdocegueira, Pandemia, Práticas translínguesResumo
Este artigo discute uma experiência didática no ensino remoto no período pandêmico (março 2020-maio 2023). Os desafios enfrentados pela professora guia-intérprete no ensino, na adequação das estratégias e material e a relação estabelecida com os estudantes antes da pandemia, são abordados ao longo da discussão. Para tanto, será feito o relato da experiência de uma professora-guia e de dois estudantes surdocegos em uma escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Distrito Federal (DF). Essa experiência nos remeteu aos conceitos de translinguagem e práticas translíngues, pois observamos como essas práticas ocorriam no contexto apresentado, mesmo sem intenção da professora de adotar essa prática. Examinamos o percurso da aula virtual e a transição do professor, dos alunos e familiares entre o braille, a Língua Brasileira de Sinais (Libras), datilologia, português oral, escrito, uso de imagens, gifs e emoticons, presentes durante a ação pedagógica. Como resultado, compreendemos que o fazer pedagógico, durante a pandemia, exigiu novas ações que movimentaram o funcionamento do currículo e da didática. Concluímos, ainda, que na educação de estudantes surdocegos é desejável a construção de parceria com a família. Ademais, compreendemos o uso de práticas translíngues, como arranjo linguístico na educação do surdocego, através da exploração dos repertórios linguísticos dos estudantes.
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