Uma perspectiva feminista para os contos de fadas: a obra The Bloody Chamber and Other Stories, de Angela Carter, no sistema literário brasileiro
DOI :
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v11.n2.2022.41497Mots-clés :
Estudos feministas da tradução. Contos de fadas feministas. Patronagem. Reescrita. Paratextos.Résumé
Em sintonia com os estudos feministas transnacionais da tradução, este artigo analisa a obra The Bloody Chamber and Other Stories, de Angela Carter, em tradução para o português brasileiro, buscando compreender o modo como a escritora inglesa do século XX é apresentada pelas vozes femininas que no Brasil a editaram, prefaciaram e traduziram. As duas edições brasileiras da obra são discutidas, considerando suas propostas e abordagens: a primeira, com prefácio de Vivian Wyler e tradução de Carlos Nougué, publicada pela Rocco (1999), e a segunda, com curadoria de Marina Colasanti e prefácio e tradução de Adriana Lisboa, publicada pela TAG/Dublinense (2017), em um projeto editorial realizado exclusivamente por mulheres. A pesquisa se debruça sobre duas vertentes: a questão da patronagem, em que é possível relacionar a recepção de Carter no Brasil com a leitura feminista de sua obra feita por Wyler, Colasanti e Lisboa nos paratextos e metatextos das edições; e a questão da reescrita, como o âmago da criação literária de Carter, unindo questões estéticas e políticas, e subvertendo hierarquias naturalizadas. Considera-se que os referidos projetos de tradução propõem um diálogo necessário na cultura receptora, a partir da leitura feminista da obra de Carter.
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