Who are you, Maria dear? Recepção de uma proposta de tradução de "As meninas", de Cecília Meireles, entre crianças na Inglaterra
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n3.2019.23630Palavras-chave:
Estudos da Tradução. Tradução de Literatura Infantil. Pensar Alto em Grupo. Cecília Meireles. Poesia para crianças.Resumo
Em se tratando de poesia, tradutores idealmente procuram recriar, no poema de chegada, correspondentes para todos os atributos poéticos (métrico, fônico, prosódico, semântico) identificados no poema de partida. Na prática, entretanto, somos levados a escolher quais desses atributos priorizar, uma vez que "correspondência em todos os níveis, sem nenhuma perda, é raramente possível em tradução poética" (Britto, 2002). Não raro nos perguntamos em que medida as alterações, cortes ou acréscimos, feitos em nome da métrica ou da rima, por exemplo, interferem na interpretação do poema traduzido. Nas traduções para o público infantil, há um complicador que intensifica a dúvida: a relação assimétrica (maturidade, bagagem cultural e linguística) entre as crianças leitoras e os adultos que escrevem ou traduzem para elas (Azenha, 2008). Para reduzir essa assimetria e garantir a aceitação da obra junto ao público, é recomendável que os tradutores procurem se aproximar da linguagem do tempo para o qual traduzem (Azenha, 2005), além de terem algum contato com crianças da idade daquelas para quem traduzem (Lathey, 2016). Em que pesem as recomendações de Azenha e Lathey, e os avanços nos estudos sobre tradução de literatura infantil feitos nos últimos trinta anos, ainda são poucos os estudos que levam em conta a resposta do público leitor. Neste artigo, pretendo dar minha contribuição para reduzir essa lacuna: primeiro apresento minha proposta de tradução do poema "As meninas", de Cecília Meireles, e em seguida os dados de duas vivências com grupos de crianças estrangeiras de 9 e 10 anos de idade, que leram e discutiram o poema traduzido, intitulado "Girls at the window". As vivências foram realizadas em duas escolas da Inglaterra, dentro da prática de letramento Pensar Alto em Grupo (Zanotto, 2014), também brevemente explicada neste artigo.
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