Da dicotomia surdos versus ouvintes na tradução de contos clássicos a partir da cultura surda: um revide subversivo por meio da apropriação?
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n1.2021.32648Palabras clave:
Tradução literária. Literatura Surda impressa. Identidades culturais. Literatura e tradução. Identidade Surda.Resumen
Durante a história da humanidade, por vezes, a surdez foi confundida com uma limitação, uma mazela ou até mesmo um castigo, delegando aos surdos condições periféricas e quase sempre condicionadas aos achismos do poderio hegemônico de cada dado contexto. Entretanto, na contemporaneidade é perceptível o despertar de uma consciência surda, uma busca por afirmação identitária, e a literatura traduzida, enquanto meio de expressão simbólica e produto de identidades capazes de construir significados socialmente reconhecíveis nos meios em que circula, atua como uma importante ferramenta de empoderamento sociopolítico e educacional dos surdos. Dessa forma, este artigo, enquanto recorte da pesquisa de mestrado intitulada A tradução de contos populares clássicos com escopos definidos: um passeio pelas versões impressas de Cinderela Surda (2003), Rapunzel Surda (2003) e Patinho Surdo (2005), desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras na Universidade Estadual de Maringá (UEM), na área de concentração em Estudos Literários, visa refletir sobre a tradução dos contos populares clássicos a partir da cultura surda em Cinderela Surda (HESSEL; KARNOPP; ROSA, 2003), Rapunzel Surda (KARNOPP; ROSA; SILVEIRA, 2003) e Patinho Surdo (KARNOPP; ROSA, 2005). Tendo como referência os estudos de Venuti (2002), busco nessa análise investigar a representação das identidades culturais que se constroem neste processo tradutório.
Descargas
Citas
Afanas’ev, A. (2003). Contos de fadas russos. (D. A. Azevedo, Trans.). São Paulo: Landy Editora.
Alves, E. R. F. (2006). Outremização e revide de colonizado e colonizador em The Narrative of Jacobus Coetzee (1974), de J. M. Coetzee. 2006. 192 f. [Dissertação de Mestrado – Universidade Estadual de Maringá, Maringá].
Andersen, H. C. (2010). The ugly duck and other tales. Withefish: Kessinger.
Asbjørsen, P. C., Moe, J. (1859). Popular Tales from the Norse, (2. ed., pp. 411-428). (G. W. Dasent, Trans.). Edinburgh: Edmonston and Douglas.
Asbjørsen, P. C., MOE, J. (2013). Por que o mar é salgado: contos populares da Noruega. (K. L. Garrubo, Trans.). São Paulo: Berlendis.
Ashcroft, B., Griffiths, G., Tiffin, H. (1991). The empire writes back. New York: Routledge.
Bettelheim, B. (1980). A psicanálise dos contos de fadas. (A. Caetano, Trans.). Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Bonnici, T. (2000). O pós-colonialismo e a literatura: estratégias de leitura. Maringá: EDUEM.
Grimm, W., Grimm, J. (1991). Contos de Grimm. (M. H. Penteado, Trans.). (2. ed., Vol. 2). São Paulo: Ática, 1991.
Grimm, W., Grimm, J. (2012). Grimm’s complete fairy tales. New York: Barnes&Noble.
Hermans, T. (1996). Translation’s other. London: University College.
Hessel, C., Karnopp, L. B., Rosa, F. (2003). Cinderela Surda. Canoas: ULBRA.
Karnopp, L. B., Rosa, F. (2005). Patinho Surdo. Canoas: Ed. ULBRA.
Karnopp, L. B., Rosa, F., Silveira, C. H. (2003). Rapunzel Surda. Canoas: ULBRA.
La Force, C. R. C. (2014) Persinette, the maiden in the tower. (R. L. Lawrence, Trans.). (Kindle Edition). Blackdown Publications.
Perrault, C. (1989). Contos de Perrault. (R. R. Junqueira, Trans.). (2. ed.). Belo Horizonte: Itatiaia.
Pratt, M. L. (1999). Os olhos do império. Bauru: USC.
Sousa, D. V. C. Língua Brasileira de Sinais e Língua de Sinais Francesa: uma relação histórica, linguística e cultural. http://www.brasilazur.com/2012/09/linguabrasileira-de-sinais-e-lingua-de-sinais-francesa-uma-relacao-historica-linguistica-e-cultural/. Recuperado em julho de 2020.
Spivak, G. C. (1985). The rani of sirmur: an essay in reading the archives. History and Theory, 24(3), 247-272.
Spivak, G. C. (1995). Can the subaltern speak? In B. Ashcroft, G. Griffiths & H. Tiffin. The post-colonial studies reader (pp. 24-28). London: Routledge.
Tatar, M. (Org.). Contos de fadas: edição comentada e ilustrada. (M. L. X. A. Borges, Trans.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Venuti, L. (2002). Escândalos da Tradução. (L. Pelegrini et al. Trans.). Bauru: EDUSC.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 CC BY
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Copyright Statement
Given the public access to this journal, the texts are free to use but requires the recognition of the original authorship and initial publication in this journal to be properly stated.
The journal allows the use of works published for non-commercial purposes, including the right to submit the work to publicly accessible databases. Published contributions are the sole and exclusive responsibility of the author(s).
- When submitting papers to be evaluated by the Belas Infiéis journal, the author(s):
- Declare that the contents of the contributions are original and of their original creation, being entirely responsible for their content if there is an objection by third parties.
- Claim to be aware that they should not commit academic plagiarism.
- Declare that the manuscript has not been published, completely or partially, in Portuguese or another language. If it is a translation it should be submitted to the Translated Articles section.
- Declare that the manuscript is not being evaluated by other journals.
- Declare that the manuscript was not submitted to another journal simultaneously.
- Commit(s) to inform the journal of any kind of error or inaccuracy in their contribution (published, in evaluation or in editing) and to collaborate with the editors to make due corrections of the article (when in evaluation or editing) or erratum/retraction (after publication).
- Declare that there is no conflict of interest regarding the published work.
- Authorize its release if it is accepted for publication without any kind of monetary compensation.
- Agree to assign non-exclusive rights to publication to the magazine, remaining free to make their contribution available in other media as long as the publication of the first version in Belas Infiéis magazine is mentioned. They also authorize Belas Infiéis to assign their texts for reproduction in content indexers, virtual libraries and similar platforms.
- Maintain copyright and grant the journal the right of first publication, the work being licensed under theCreative Commons Attribution License.
- Is/Are allowed and encouraged to publish and distribute their work online after the editorial process, which may increase the impact and citation of the published work.
- Authorize the editorial team to make textual adjustments and to adapt the article to the publication rules, when necessary.