As diversas formas de amor: Amora, de Natalia Polesso, em tradução

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v13.n1.2024.50983

Palavras-chave:

Estudos da Tradução. Literatura Brasileira em Tradução. Tradução Feminista. Tradução de Literatura Lésbica. Natalia Borges Polesso.

Resumo

Amora (2022 [2015]), uma coleção de contos de Natalia Borges Polesso, foge do que pode ser considerado como “comum” no cenário literário brasileiro, principalmente no contexto da literatura queer, na medida em que traz para o centro da discussão as mulheres e as diferentes vivências relacionadas ao amor lésbico. Embora tenha conquistado muitos dos principais prêmios literários em 2016 e angariado popularidade na comunidade LGBTQIA+, o livro não recebeu atenção da grande mídia brasileira. Diferente foi a trajetória da tradução de Julia Sanches para o inglês dos Estados Unidos e Reino Unido, intitulada Amora: Stories (2020), que reverberou por prestigiados veículos da mídia anglófona. Este artigo, dividido em duas seções, primeiro apresenta a obra e sua autora e tece considerações sobre os impactos no campo da cultura brasileira da ascensão da extrema-direita; depois, analisa aspectos das traduções de Amora, seja para o espanhol, seja para o inglês. Visando a reflexões ativamente queer, este artigo busca empreender um debate sobre o significado político da tradução em nível global.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angel Hilian, Universidade Federal de Pelotas

Mestranda em Letras no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) na Linha de Texto, Discurso e Relações Sociais. Graduada em Bacharelado em Letras Tradução Inglês-Português pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Andrea Cristiane Kahmann, Universidade Federal de Pelotas

Professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na graduação e pós-graduação em Letras, e pesquisadora em Estudos da Tradução. Mestra e Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduou-se em Direito (2002) e em Letras Português / Espanhol e respectivas literaturas (2003) pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Referências

Aguirre, J., Blanco, E., Beck, I., Lucano, M., Marchetti, P., Mazzeo, F., Pellegrini, M., Riera, D., & Sanchez, F. (2006). Puto el que lee: diccionario argentino de insultos, injurias e improperios. Buenos Aires: Gente Grossa.

Alós, A. P. (2017). Prolegomena queer: gênero e sexualidade nos estudos literários. In A. P. Alós, Leituras a contrapelo na narrativa brasileira: redes intertextuais de gênero, raça e sexualidade (pp. 123–138). Santa Maria: PPGL; [Brasília]: CNPq.

Alvarenga, A. F., Battistam, L. P, Bittencourt, J., Fonseca, L. C., Souza, C. F., Izidoro, L. G., Oliveira-Macedo, S., Rosas, C., & Rosas, E. (2022). Coletivo Sycorax: desdobramentos de práticas feministas de tradução. Revista Belas Infiéis, 11(2), 1-17.

Ávila, E. S. (2013). Pode o tradutor ouvir? In R. F. Blume, & P. Peterle (Orgs), Tradução e relações de poder (pp. 21–68). Tubarão: Ed. Copiart /Florianópolis: PGET/UFSC.

Barbosa, L. D., & Dunder, M. (2021). Personagens lésbicas de Natalia Polesso: um space-off no outro lugar. Letras de hoje, 56(2), 241-250.

Benjamin, W. (2008). A tarefa do tradutor (F. Camacho, Trad.). In L. C. Branco (Org.), A tarefa do tradutor, de Walter Benjamin: quatro traduções ao português (p. 33). Belo Horizonte: FALE / UFMG.

Berman, A. (2002). A prova do estrangeiro: cultura e tradução na Alemanha romântica. (M. E. Chanut, Trad.). Bauru: EDUSC.

Benveniste, E. (1991). Problemas de Linguística Geral I (M. G. Novack, & M. L. Neri, Trads.). Campinas: Pontes.

Benveniste, E. (1989). Problemas de Linguística Geral II (E. Guimarães, M. A. Escobar, R. A. Figueira, V. S. Castro, J. W. Geraldi, & I. G. V. Koch, Trads.). Campinas: Pontes.

Boll, J. (2020, 12 de abril). "Amora", de Natalia Polesso, é apontada como uma das obras que estão mudando o cenário LGBT+ dos EUA. Zero Hora. https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/livros/noticia/2020/04/amora-de-natalia-polesso-e-apontada-como-uma-das-obras-que-estao-mudando-o-cenario-lgbt-dos-eua-ck8qbtm9400pw01qwif6clz8x.html

Britto, P. H. (2012). A tradução literária. São Paulo: Civilização Brasileira.

Burke, P. (2009). Culturas da tradução nos primórdios da Europa Moderna. (R. dos Santos, Trad.). In P. Burke, & R. Po-Chia Hisia (Orgs), A tradução cultural nos primórdios da Europa Moderna (pp. 13–46). São Paulo: Editora da Unesp.

Carmo, I. N. (2019). O rolê feminista: autonomia e política prefigurativa no campo feminista contemporâneo. Cadernos pagu, (57), 1–42.

Chesterman, A. (2014). O nome e a natureza dos Estudos do Tradutor (P. Costa, & R. Silva, Trads.). Belas Infiéis, 3(2), 33-42.

Chevalier, J., & Gheerbrandt, A. (2009). Dicionário de símbolos (24.ed.). (V. C. e Silva, R. de S. Barbosa, A. Melim, & L. Melim, Trads.). São Paulo: José Olympio.

Dalcastagné, R. (2012). Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo: Editora Horizonte.

Démont, M. (2023). Três tipos de tradução de textos queer literários. (C. C. da Silva, & D. da Silva, Trads.). In D. Palma, & E. Lima (Orgs.), Entre palavras e imagens: ensaios e pesquisas em memória, tradução e intermedialidade (pp. 325–344). São Carlos: Pedro e João.

Eco, U. (2019). Contra el fascismo (E. Lozano, Trad.). Buenos Aires: Penguin.

Essen, L. R. (2021, 05 de março). 20 must-read queer books in translation from Around the world”. Book Riot. https://bookriot.com/queer-books-in-translation/

Esteves, L. R., & Aubert, F. H. (2008). Shakespeare in the Bush - história e tradução. Tradução e Comunicação - Revista Brasileira de Tradutores, (17), 135–159.

Franco, J. (2013). Itens Culturais-Específicos em Tradução (M. Marinho, & R. Silva, Trads.). In‐Traduções, 5(8), 185–218.

G1. (2017, 10 de novembro). Após protestos e ameaças, Feira do Livro de Porto Alegre muda local de evento LGBT que seria no Santander Cultural. G1 RS. https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/apos-protestos-e-ameacas-feira-do-livro-de-porto-alegre-muda-local-de-evento-lgbt-que-seria-no-santander-cultural.ghtml

García Lorca, F. (1934). Yerma. https://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/yerma-775116/html/2adf6d89-47d4-48e3-a945-048c8fb78eae_3.html

Intralingo Inc. (2020, 04 de agosto). In conversation with Natalia Borges Polesso & Julia Sanches, author & translator of Amora [Vídeo]. Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=06v-vn4qPSA

Jones, E. (2020, agosto). Natalia Borges Polesso´s "Amora". The white review. https://www.thewhitereview.org/reviews/natalia-borges-polessos-amora/

Hurtado, A. (2001). Traducción y traductología. Madri: Cátedra.

Kahmann, A. C. (2020). Circulação da escrita de mulheres hispano-americanas no Brasil: uma crítica a partir da história da tradução. Letrônica, 13(1), 1–15.

Leite, K. A., & Oliveira, R. B. (2019). Amor entre amoras: a vivência lésbica nos contos de Natalia Borges Polesso. Revista Trama, 15(34), pp. 101–109.

Mayoral, R. (2001). Aspectos epistemológicos de la traducción. Castelló de la Plana: Publicacions de la Universitat Jaume I.

Mounin, G. (1965). Teoria e storia della traduzione (S. Morganti, Trad.). Torino: Giulio Einaudi Editor.

Polesso, N. B. (2022). Amora. (2.ed.). Porto Alegre: Dublinense.

Polesso, N. B. (2020). Amora: stories (J. Sanches, Trad.). Amazon Crossing.

Polesso, N. B. (2018). Flor (J. Sanches, Trad.). Eletric Literature, (334). https://electricliterature.com/a-bigot-by-any-other-name-is-just-as-dangerous-natalia-borges-polesso/

Polesso, N. B. (2023, 25 de setembro). Comentários para o artigo. [Mensagens de áudio] [Mensagem pessoal]. WhatsApp.

Polesso, N. B. (2020, maio). Thick Legs (J. Sanches, Trad.). Granta, Cambridge. https://granta.com/thick-legs/

Real Academia Española (2023). Diccionario de la lengua española. https://dle.rae.es

Sanches, J. (2018). A Bigot by Any Other Name is Just as Dangerous [introdução à tradução de “Flor”, de Natalia Borges Polesso]. Eletric Literature, (334). https://electricliterature.com/a-bigot-by-any-other-name-is-just-as-dangerous-natalia-borges-polesso/

Sanches, J. (s.d.). Página pessoal. http://juliasanches.com/pt/

Spivak, G. C. (2012). Pode o subalterno falar? (S. Almeida, M. P. Feitosa, & A. P. Feitosa, Trads.). Belo Horizonte: Editora UFMG.

Spivak, G. C. (2005). Tradução como cultura (E. Ávila, & L. Schneider, Trads.). Ilha do Desterro, (48), 41–64.

University of Rochester. (2018). Three Percent. http://www.rochester.edu/college/translation/threepercent/

Vieira, V. F., & Figueiredo, E. (2020). Casais felizes e relações duradouras: a representação da existência lésbica na obra "Amora", de Natalia Polesso. Anuário de Literatura, 25(1), 67–76.

Williams, H. (2020, 25 de maio). Review: Amora by Natalia Borges Polesso review – stories of love between women. The Guardian. https://www.theguardian.com/books/2020/may/25/amora-by-natalia-borges-polesso-review-stories-of-love-between-women

Wyler, L. (2003). Língua, poetas e bacharéis: uma crônica da tradução no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco.

Downloads

Publicado

07-08-2024

Como Citar

HILIAN, Angel Alves; KAHMANN, Andrea Cristiane. As diversas formas de amor: Amora, de Natalia Polesso, em tradução. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 13, n. 1, p. 01–18, 2024. DOI: 10.26512/belasinfieis.v13.n1.2024.50983. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/50983. Acesso em: 23 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.