Produção de leite orgânico e convencional no Oeste de Santa Catarina: caracterização e percepção dos produtores

Autores

  • Luciana Aparecida Honorato Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
  • Isabella Dias Barbosa Silveira Universidade Federal de Pelotas - UFPel
  • Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

DOI:

https://doi.org/10.33240/rba.v9i2.49714

Palavras-chave:

leite orgânico, agricultura familiar, processo de transição

Resumo

É crescente o número de produtores interessados no sistema de produção orgânico, especialmente dentro da Agricultura Familiar. Porém, pouco se sabe sobre a estruturação das unidades produtivas, tecnologias e práticas que estão sendo utilizadas nesse sistema. O objetivo desse trabalho foi identificar o perfil de produtores de leite orgânico através da caracterização das famílias e unidades produtivas, investigar as motivações, as principais dificuldades e aspectos positivos e negativos da produção orgânica, além de comparar características demográficas, produtivas e manejos utilizados nos sistemas orgânico e convencional. Foram selecionadas 17 unidades leiteiras orgânicas (ORG) e 17 unidades leiteiras convencionais (CONV), de agricultores familiares, no Oeste de Santa Catarina, Brasil. Foram realizadas entrevistas com os agricultores em março e setembro de 2010 sobre suas opiniões a respeito da produção orgânica, e sobre as diferenças entre as tecnologias e manejos adotados. O tamanho da propriedade, idade, escolaridade e tempo na atividade foram similares entre os sistemas. O ORG teve rebanhos menores e menor produção por vaca, o que foi relacionado à menor porcentagem de sangue holandês no rebanho e não ao sistema em si. Esse sistema apresentou uma produção leiteira menor do que o CONV com médias de 3342 e 7912 litros/mês, respectivamente. O ORG teve um perfil de pessoas mais ativas no seu meio social, tendo maior acesso a informações, o que pode ter influenciado na opção pelo sistema de produção. A melhor exploração dos recursos forrageiros e menor utilização de antibióticos fazem com que os produtores orgânicos percebam melhorias no agroecossistema e na qualidade de vida. O maior entrave percebido pelos produtores orgânicos é a falta de reconhecimento econômico pelo mercado e de assistência técnica especializada no assunto. A adequação dos produtores aos padrões normativos é limitada pela falta de planejamento alimentar e de saúde animal.

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Publicado

2014-09-01

Como Citar

Honorato, L. A., Silveira, I. D. B., & Pinheiro Machado Filho, L. C. (2014). Produção de leite orgânico e convencional no Oeste de Santa Catarina: caracterização e percepção dos produtores. Revista Brasileira De Agroecologia, 9(2), 60–69. https://doi.org/10.33240/rba.v9i2.49714

Edição

Seção

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