Comercialização de circuito curto: um estudo sobre a feira livre da agricultura familiar em Canindé, Ceará
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v20i1.54101Palavras-chave:
Agroecologia, Comércio justo, Covid-19, Reforma agrária, Segurança alimentarResumo
As feiras são espaços de comercialização desde o início da civilização e cultura humana, sendo importante via de trocas, não somente de mercadorias, mas também de cultura e saberes populares. Este estudo foi realizado em 2022 em Canindé-CE, município brasileiro com maior número de assentamentos de Reforma Agrária, e objetivou contar a história da feira livre de Canindé, assim como evidenciar sua importância para o escoamento de produtos agropecuários da agricultura familiar e traçar o perfil dos agricultores, e como a pandemia do Covid-19 modificou as relações comerciais. Foram utilizados formulários e entrevista para coleta de dados de agricultores-feirantes e consumidores. Foi registrado que a maioria dos agricultores-feirantes são do gênero masculino, embora a presença e importância feminina seja inquestionável. Os produtores têm como única, ou principal, fonte de renda as feiras. Boa parte dos consumidores encontram o que procuram nas feiras e consideram o preço justo. O consumo de produtos orgânicos sofre com a indisponibilidade ou pouca identificação. Conclui-se que é inquestionável a importância da feira livre para a renda dos agricultores e o acesso dos consumidores à alimentos de qualidade e preço justo, além de se fazer essencial o apoio do poder público para o fortalecimento da feira e da agricultura familiar local.
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