O efeito de diferentes ofertas de sombra na dispersão das fezes dos bovinos nas pastagens

Autores

  • Luiz Carlos Britto Ferreira EMATER-DF
  • Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho Laboratório de Etologia Aplicada (LETA) – CCA – UFSC, Florianópolis/SC
  • Maria José Hotzel Laboratório de Etologia Aplicada (LETA) – CCA – UFSC, Florianópolis/SC
  • Juliana Guimarães Labarrère Departamento de Estatística UnB, Brasília/DF

DOI:

https://doi.org/10.33240/rba.v6i1.49180

Palavras-chave:

sombra, ciclagem de nutrientes, estresse calórico, ambiência

Resumo

O desenvolvimento da bovinocultura no cerrado enfrenta desafios econômicos, climáticos e ambientais. Raças adaptadas, sistemas de produção complexos (silvipastoris) e manejo adequado são alternativas, que juntas, podem tornar a exploração sustentável. Os recursos já existentes nos sistemas de produção usados de forma mais eficiente irá diminuir os custos com menor entrada de insumos externos, portanto a ciclagem de nutrientes por meio dos excrementos dos animais pode dar maior sustentabilidade às pastagens. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de diferentes disponibilidades de sombreamento na distribuição das fezes. Usou-se 12 vacas Girolando em lactação, divididas em 4 grupos, num desenho experimental quadrado-latino com quatro tratamentos: sem sombra (sol), sombra única (única), sombra em bosque (bosque) e sombra dispersa (dispersa). Cada tratamento contou com quatro piquetes de 2.204 m2, que formam ocupados por três dias. As variáveis medidas foram a freqüência das vacas nas subáreas (quadrantes) e a distribuição das fezes na pastagem. A analise estatística feita pelo teste do qui-quadrado (tabelas de contingência) constatou que as freqüências observadas das vacas nos quadrantes foram diferentes das esperadas em todos os tratamentos (p< 0,0001) e com coeficiente de variação (CV) com valores de 134%, 168%, 64% e 47% para os tratamentos sol, única, bosque e dispersa, respectivamente. As freqüências observadas das fezes também foram diferentes das freqüências esperadas para todos os tratamentos (p< 0,0001), exceto no tratamento dispersa, com CV de 61%, 68%, 66% e 23% para os tratamentos sol, única, bosque e dispersa, respectivamente. A correlação entre a freqüência das vacas e a quantidade de fezes no mesmo quadrante foi de 79%, 49%, 62% e 3%, para os tratamentos sol, única, bosque e dispersa, respectivamente. Concluiu-se que na ausência de sombra a distribuição das vacas e das fezes na pastagem mostrou-se heterogênea, como maior concentração nas proximidades do bebedouro e na saída do piquete; A presença de sombra proporcionou uma maior concentração das vacas e das fezes na sombra e em suas proximidades, portanto a dispersão da sombra na pastagem influenciou na maior homogeneidade na distribuição das vacas, e principalmente, das fezes.

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2023-06-17

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