As memórias do capitalismo em Hayao Miyazaki: um debate a partir das obras “Nausicaä do Vale do Vento” (1984) e “A Princesa Mononoke” (1999)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v23i43.53160

Palavras-chave:

Animação japonesa, Antropoceno, Memórias do capitalismo

Resumo

O diretor de filmes de animação Hayao Miyazaki é um importante expoente de obras que convidam o/a interlocutor/a a pensar criticamente pautas fundamentais da sociedade. Neste sentido, Nausicaä do Vale do Vento e A Princesa Mononoke são dois
importantes trabalhos cinematográficos que constituem possibilidades críticas de pensar o Antropoceno e o Capitaloceno, a Natureza e as memórias do capitalismo. Miyazaki, através de enredos que envolvem relações humanas e mais-que-humanas e confluências
que quebram as dicotomias clássicas de filmes infantojuvenis, expõe entranhas que este trabalho pretende abordar sobre os usos das memórias e dos testemunhos. Para isso, almejamos, a partir desses dois filmes, interpolar debates sobre relações dos seres humanos
com Outras formas de viver e Outros seres, de forma a demonstrar formas de constituir uma memória do capitalismo a partir disso.

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Biografia Autor

Leandro Ferreira Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestrando no Programa de Pós Graduação em História da UFRGS com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), graduado em História pela mesma instituição. Atualmente Editor-gerente na Revista Aedos/UFRGS pela gestão 2023-2024. Pesquisador membro do Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado (LUPPA/UFRGS). Pesquiso as temáticas de teorias e metodologias da história; história ambiental e questões climáticas; memória e testemunho; antropoceno, capitaloceno e estudos sobre o capitalismo (com interesse especial na relação com a pandemia de covid-19).

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Publicado

2024-09-02

Como Citar

FERREIRA SOUZA, Leandro. As memórias do capitalismo em Hayao Miyazaki: um debate a partir das obras “Nausicaä do Vale do Vento” (1984) e “A Princesa Mononoke” (1999). Em Tempo de Histórias, [S. l.], v. 23, n. 43, p. 101–121, 2024. DOI: 10.26512/emtempos.v23i43.53160. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/53160. Acesso em: 24 nov. 2024.

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