O direito de ouvir e de contar histórias, compartilhar memórias e recontar a História

Autores

  • Aldanei Menegaz de Andrade Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i20.19861

Palavras-chave:

Contador de histórias. Memória. Direitos humanos.

Resumo

Apresento neste artigo reflexões a cerca da memória, da história e do direito de ouvir e de contar histórias. A História e a memória são Direitos Humanos? Será o conhecimento do passado, do presente e do futuro, um direito dos homens e dos diferentes grupos sociais? Procurei responder a estas questões com voz e visão de uma contadora de histórias que estudou para também tornar-se uma contadora da História. Estas reflexões partiram da pesquisa realizada para a elaboração da dissertação: “Quem conta um conto, aumenta um ponto: contadores de histórias no Distrito Federal (1991 a 2011). Conforme diz Walter Benjamin (1994): “Só é possível contar se houver uma comunidade de ouvintes”, pois contar e ouvir fazem parte da palavra, como explica Hassane Kouyaté: “A palavra pertence metade a quem fala e metade a quem ouve ”“ assim se faz a palavra”. O contador de histórias é um personagem que pode ser encontrado nas entrelinhas, nas lacunas da história oficial que pouco valor deu aos sujeitos anônimos e secundários. Todas as pessoas têm direito de ouvir e de contar histórias, compartilhando suas memórias e recontando a História.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aldanei Menegaz de Andrade, Universidade de Brasília (UnB)

Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (PPGHIS/UnB), e professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF). 

Referências

ALBERTI, Verena. Ouvir contar: Textos em história oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2004.

BENEVIDES, Maria Victoria. Cidadania e Direitos Humanos. Texto disponível em www.iea.usp.br/artigos.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas, vol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembrança de Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

COSTA, Cléria Botelho da; MAGALHÃES, Nancy Alessio (Orgs.). Contar história, fazer História. Brasília: Paralelo 15, 2002.

DELGADO, Lucília de Almeida Neves. História Oral: Memória, Tempo e Identidades. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

ESTÉS, Clarissa Pinkola. O Dom da História: Uma fábula sobre o que é suficiente. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Memória e (res)sentimentos: indagações sobre uma questão sensível. Campina/SP: Editora da Unicamp, 2004.

GOTLIB, Nadia Battella. Teoria do Conto. São Paulo: Ática, 2006.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Editora Unicamp, 1990.

MACHADO, Ana Maria. Ah, Cambaxirra se eu pudesse. Rio de Janeiro: Salamandra, 1991.

PELEGRÃN, Ana. La aventura de oír: Cuentos tradicionales y literatura infantil. Madrid: Anaya, 2008.

PESAVENTO, Sandra Jatahy; SANTOS, Nadia Maria Weber; ROSSINI, Miriam de Souza (Orgs.). Narrativas, Imagens e Práticas Sociais: Percursos em História Cultural. Porto Alegre, RS: Asterisco, 2008.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. Palavras para crer. Imaginários que falam do passado. Número 6 ”“ 2006. Disponible sur: http://nuevomundo.revues.org/document1499.html

THOMPSON, Paul. A Voz do Passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1992.

TOLKIEN, J. R. R. Sobre histórias de fadas. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010.

RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

Downloads

Publicado

2012-08-17

Como Citar

ANDRADE, Aldanei Menegaz de. O direito de ouvir e de contar histórias, compartilhar memórias e recontar a História. Em Tempo de Histórias, [S. l.], n. 20, p. 112–122, 2012. DOI: 10.26512/emtempos.v0i20.19861. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/19861. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê