“Ele salvou nossos pais dos guerreiros de Abam, porém não pôde nos salvar do homem branco”: colonização e resistência cultural em A flecha de Deus, de Chinua Achebe
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i66.55117Palavras-chave:
Chinua Achebe, Colonialismo, Necropolítica, Literatura Nigeriana, ImperialismoResumo
A proposta do artigo é fazer uma leitura do romance A flecha de Deus (2011), de Chinua Achebe (1930-2013), com o intuito de entender e analisar o impacto que a presença britânica teve na Nigéria, especialmente no imaginário vilarejo de Umuora, onde a narrativa se desenvolve, no início do século XX. A partir do ponto de vista do sujeito originário, do sumo sacerdote Ezeulu, Achebe proporciona uma profunda reflexão a respeito da violenta relação entre metrópole e colônia, europeu e nativo, colonizador e colonizado, e como a desigualdade na relação provoca um verdadeiro extermínio étnico e cultural, aquilo que Achile Mbembe (2018) entende ser a necropolítica e V. Y. Mudimbe (2013), a marginalização das sociedades autóctones e o predomínio da cultura eurocêntrica. Desta forma, A flecha de Deus estimula a reflexão sobre o fim de culturas e a dominação do nativo pelo europeu.
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Referências
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