Espirais, giras e quebras
modos e formas de enunciar experiências pretas em PRETOVÍRGULA, de Lucas Litrento
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i66.55128Palavras-chave:
Lucas Litrento, Exu, Tempo espiralar, Autoria negra, PoesiaResumo
Este artigo parte da análise do livro PRETOVÍRGULA (Círculo de Poemas, 2023), do poeta alagoano Lucas Litrento, a fim de investigar modos e formas de enunciação de experiências pretas através do discurso poético, avaliando de que maneira o autor tensiona as categorias identitárias que, por vezes, pretendem-se fixas, mesmo num país com rica diversidade racial como o Brasil. Para tanto, analisamos imagens como a espiral, a gira e a quebra, entendidas por nós como princípios estéticos eleitos por Litrento de forma a traduzir, na linguagem poética, a complexidade com que as identidades se formam em um território conflagrado como o brasileiro. Além disso, destacamos a centralidade da figura de Exu como eixo estruturante para a construção do livro, que impacta diretamente nas escolhas estéticas feitas pelo autor. Acerca deste ponto, foi fundamental o diálogo com as proposições de teóricos como Leda Maria Martins, Edimilson de Almeida Pereira e Muniz Sodré.
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