Tradu-Tizar: A Tradução enquanto Resistência e Subversão
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n4.2021.36521Palavras-chave:
Tradução e subversão. Tradução política. Direitos linguísticos. Ética de tradução. Políticas linguísticas. Políticas de tradução.Resumo
Este artigo introduz o número Tradução como resistência e subversão da revista Belas infiéis, partindo de um diálogo em torno da tradução como ação política de correção de assimetrias linguísticas e socioculturais, construídas por séculos de dominação de uma comunidade sobre outra. Essas relações desiguais entre línguas formam o pano de fundo de uma discussão maior que coloca em perspectiva os direitos linguísticos, sugerindo uma reflexão sobre os direitos de tradução: o direito a ser traduzido, o de se traduzir e o de traduzir. Como um processo de realocação textual do qual emergem outros significados, a tradução confere novos espaços para a subjetivação e o diálogo. Ela ilustra e manifesta o contato, o confronto e o conflito - de línguas, falantes, normas e percepções do mundo. Assim, novos engajamentos emergem da circulação das vozes que a tradução proporciona. Em uma escala supranacional, se estabelece ora como um recurso de visibilidade de línguas e textos tornados historicamente invisíveis, promovendo diversidade linguística, ora como agente de homogeneização linguística e cultural. Por isso, amplia-se a discussão à ética da tradução, questão inseparável das questões políticas que levanta, já que são relações que estão em jogo.
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