Wabi Sabi: Texturas Intermediadas de Impermanência e Imperfeição
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n3.2019.26340Palavras-chave:
Intermediação. Transculturalidade. Tradução. Wabi Sabi. Literatura Infantil.Resumo
O livro ilustrado Wabi Sabi (2008), de Mark Reibstein e Ed Young’s, narra a história de um gato de Kyoto em busca do significado de seu nome. Esse premiado livro infantil explora a identidade por meio da composição de várias camadas de significado e complexidade na forma e na estrutura, sugerindo que uma compreensão da identidade não pode ser facilmente expressa apenas por palavras. Este artigo começa por examinar como o uso de uma gama de formas de contar histórias, incluindo colagem fotografia, desenho, poesia e prosa são combinados, convidando o leitor infantil implícito a envolver-se na natureza intermidiática do texto, ao mesmo tempo em que segue o gato em sua jornada de auto-descoberta. Em seguida, o foco se volta para o uso de materiais naturais e texturizados na arte do livro ilustrado, considerados na análise como um reflexo do conceito de wabi sabi: uma filosofia Zen-Taoísta que chama a atenção para o valor e a beleza da impermanência e da imperfeição. Este modo alternativo de pensar a identidade propõe que o auto-conhecimento é alcançado pelo encontro com fenômenos simples, rústicos e naturais, em oposição à novidade e à perfeição industrializada tão frequentemente idealizada na civilização ocidental. A terceira seção do artigo explora como o texto, com sua capacidade para incorporar tanto o modo ocidental quanto o modo japonês de contar histórias, é uma forma de tradução cultural. Sem estar confinado ao modo tradicional de tradução de uma língua para a outra, ou de texto fonte para texto alvo, este livro ilustrado, em seu uso do haiku e da caligrafia japonesa, em seu glossário e em sua explicação do wabi sabi, convida o leitor a considerar como a tradução compartilha ideias através e entre tempos e contextos culturais.
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