Escuta de crianças deslocadas como sujeitos de direito em Moçambique e Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/lc29202350651

Palavras-chave:

Crianças, Grupos minoritários, Escuta, Políticas públicas em educação

Resumo

Partindo do entendimento de que as crianças são sujeitos de direito, este artigo propõe um diálogo entre pesquisas realizadas em Moçambique e no Brasil com crianças que habitam diferentes territórios de passagem, como acampamentos para deslocados e abrigos para imigrantes e refugiados. Por meio de metodologias que promovem a escuta ativa destas crianças verificou-se que grande parte das políticas para pessoas em deslocamento centra-se em questões emergenciais e não preveem espaços de manifestação das infâncias. Esta reflexão intenta colaborar na implementação de políticas públicas que viabilizem a integração plena das crianças deslocadas e na vida social de seus territórios.

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Biografia do Autor

Marina Di Napoli Pastore, Instituto Superior de Ciências de Saúde, Maputo, Moçambique

Doutora em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Carlos (2020). Professora titular do Instituto Superior de Ciências de Saúde. Membro dos grupos de pesquisas Infâncias Protagonistas: uma proposta colaborativa de criação de políticas públicas para a integração de crianças imigrantes e refugiadas em escolas brasileiras; Grupo Crias: criança, sociedade e cultura da UFPB; e LinCAr Arte África (FAPESP). E-mail: marinan.pastore@gmail.com

Luciana Hartmann, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil

Doutora em Antropologia Social pela UFSC (2004). Professora Titular do Curso de Artes Cênicas e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade de Brasília. Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPq – nível 2. Líder do Grupo de Pesquisa Imagens e(m) Cena. Coordenadora da Rede Internacional de Pesquisa Infâncias Protagonistas: migração, artes e educação. E-mail: lucianahartmann@unb.br

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Publicado

31.12.2023

Como Citar

Pastore, M. D. N., & Hartmann, L. (2023). Escuta de crianças deslocadas como sujeitos de direito em Moçambique e Brasil. Linhas Crí­ticas, 29, e50651. https://doi.org/10.26512/lc29202350651

Edição

Seção

Dossiê | Escuta e participação nas pesquisas com (sobre) crianças