À luz da contradição: projetos neocolonialistas na oposição ao Estado Novo Português
DOI :
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i24.14823Mots-clés :
colonialismo. exílio. Estado Novo português.Résumé
O colonialismo do Estado Novo português foi um dos pilares que sustentavam o discurso da grandeza do império ultramarino, e da suposta facilidade com que Portugal estabelecia e mantinha contatos com outras culturas. Entretanto, no contexto do final da década de 1950 e início de 1960, o mundo não via com bons olhos a posse de colônias na África, como também do surgimento de diversos movimentos de resistência em Angola e Moçambique, a oposição passou a enfatizar o apoio a estes movimentos, além de denunciar os abusos cometidos em território africano, para, desta forma, buscar o próprio fim do regime. Nas páginas do jornal Portugal Livre, editado no Brasil, surgiram algumas propostas para a “questão colonial”, aonde traçavam projetos políticos de emancipação para as colônias. Escrito pelo capitão Henrique Galvão e pelo general Humberto Delgado, ambos antigos defensores do sistema colonial e dissidentes do regime, as propostas eram permeadas por um discurso neocolonialista que ajudou a aumentar o abismo existente na oposição e expor que a mentalidade colonial estava mais presente na oposição, e na própria cultura portuguesa, do que eles mesmo supunham.
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