Em torno do vigário Francisco Gonçalves Barroso: escravidão, solidariedade e trânsito para a liberdade (Porto Feliz, São Paulo, c.1863 - c. 1873)
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v24i46.56571Palavras-chave:
Escravidão, Trajeória, LiberdadeResumo
Este artigo objetiva analisar o crescente debate acerca da instituição da escravidão, da emancipação e da passagem para a liberdade na segunda metade do Oitocentos, no Império do Brasil. Utilizaremos a trajetória do vigário Francisco Gonçalves Barroso enquanto padre da paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens de Porto Feliz. Para tal, lançamos mão de um corpus documental variado: registros de batismo de escravos, ações de liberdade, inventários post mortem e jornais. Figura emblemática na região, transitou entre os nomes proeminentes da vila e foi fundamental para o processo de reformas ocorridas na cidade. No entanto, sua atuação política dinâmica foi preponderante para que se criasse ao seu redor uma rede de solidariedade aos escravos. Assim, não se trata de conhecer os sabores e dissabores vividos pelo pároco; sua biografia nos ajuda a mergulhar nos litígios acerca da legitimidade da sociedade escravista e do surgimento do abolicionismo no Brasil oitocentista.
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