As intersecções culturais da literatura de Ondjaki
DOI:
https://doi.org/10.26512/cerrados.v32i61.45885Palavras-chave:
Infância, Colonialidade, Elos culturais, Literatura AngolanaResumo
Este texto propõe uma leitura que intersecciona os códigos literários e culturais no intuito de analisar como a infância e a sociedade são configuradas no conto “A televisão mais bonita do mundo”, presente no livro Os da minha rua (2015), de Ondjaki. Metodologicamente, a abordagem está fundada no eixo “apreensão contextualizadora”, de Kwame Appiah (2006), colocado em diálogo na esfera social de uma “comunidade interpretativa”, termo articulado por Stuart Hall (2013), cuja posição das “formas africanas de auto-inscrição”, ideia de Achille Mbembe (200;1), abre o texto literário para a estratégia interpretativa do autor como leitor da colonialidade. A partir dessas reflexões, interessa-nos identificar como as passagens de Ndalu, narrador-personagem, pelos espaços da casa, da escola e da rua, tencionam um processo de revisão histórica própria de textos que questionam o processo a colonialidade europeia. Portanto, esperamos traçar um mapa dessa revisão por meio do imaginário do personagem infantil que projeta, no respeito às memórias silenciadas, um aprendizado para uma identidade angolana em negociação com os traumas da colonização.
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Referências
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