A (in)comunicabilidade da arte na encruzilhada do delírio

Autores

  • Silvana Maria Pantoja dos Santos

Palavras-chave:

Literatura. Sociedade. Arte. Loucura. Delírio.

Resumo

Quando um artista se debruça sobre uma produção, as bases da racionalidade e da intuição fundadas nos aspectos da cultura e na história do próprio sujeito são acionadas. De modo semelhante ocorre com o leitor: ao nos depararmos diante do produto acabado, quer seja uma pintura, um poema, uma escultura etc., nossas faculdades lógicas são suscitadas e procuramos atribuir-lhe um pensamento explicado, por mais obscura que pareça à obra de arte, ou então, buscamos uma explicação procedente recorrendo à crítica ou ao artista, caso seja possível, para indagar sobre a gênese da produção. Isso acontece porque somos movidos por critérios de logicidade impostos pela sociedade. Mas, o que dizer
da experiência de escritura que rompe com padrões de normalidade, instaurando-se na relação limítrofe entre sanidade e loucura? Eis a motivação desta pesquisa. Desse modo, objetivamos analisar a experiências de produção de alguns artistas com o intuito de perceber a (in) comunicabilidade de seus trabalhos, a partir da relação entre arte e delírio.

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Publicado

03-09-2012

Como Citar

Santos, S. M. P. dos. (2012). A (in)comunicabilidade da arte na encruzilhada do delírio. Revista Cerrados, 21(33). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/26146

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