A POESIA NAS OBRAS DA ORIGEM:
HAROLDO DE CAMPOS E A TRADUÇÃO DE BERE’SHITH
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v5.n1.2016.11377Palavras-chave:
Literatura comparada, Tradução, Transcriação, Haroldo de Campos, GênesisResumo
O presente artigo se propõe a comentar os resultados obtidos em dois projetos tradutórios distintos, de princípios diversos: a transcriação do primeiro capítulo da Torá ”“ a Bíblia Hebraica ”“ empreendida por Haroldo de Campos, e a tradução de João Ferreira de Almeida, que produziu a primeira versão do texto em português, sendo a variante mais difundida em território nacional. Consideramos suas motivações, o método utilizado e as soluções encontradas ao verter o texto para Português. Procuramos investigar o aspecto literário do texto e discutir conceitos de tradução desenvolvidos por Henri Meschonnic, além de detalhar a teoria tradutória de Haroldo de Campos e a obra em questão, intitulada Bere’shit: A Cena da Origem (CAMPOS, 2000), que respeita a respiração prosódica e a disposição tipográfica da composição, motivada pelo Paideuma concretista ”“ Mallarmé, e.e. cummings, Ezra Pound e James Joyce. Discorremos sobre a amplitude do termo “transcriação” como apresentada por Haroldo para esta obra, que mantém o ritmo da poesia originalmente escrita em hebraico, deixando aparente a abordagem poética do tradutor. Nos propomos a averiguar a reconfiguração (transcriação) do texto original pelo uso de atributos modernistas: verso livre, disposição espacial das palavras, aspectos sonoros e a decomposição de palavras e neologismos. Por último, apresentamos uma comparação didática entre a tradução de Haroldo de Campos e a de João Ferreira de Almeida.
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