Autores-tradutores na série Vaga-Lume: os casos de Lúcia Machado de Almeida e Marcos Rey

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n3.2019.23175

Palabras clave:

Série Vaga-Lume. Mediação Cultural. Imperialismo Cultural. Lúcia Machado de Almeida. Marcos Rey.

Resumen

O presente artigo tem por objetivo examinar o trabalho dos autores Lúcia Machado de Almeida e Marcos Rey, sobretudo no que diz respeito ao uso de língua estrangeira e a menções a outros países e culturas, em suas narrativas policiais O escaravelho do diabo (1973) e O mistério do cinco estrelas (1981), respectivamente. Ambas são voltadas ao público juvenil e publicadas com notório sucesso comercial na célebre Série Vaga-Lume, da Editora Ática, tradicionalmente adotada nas aulas de literatura nas escolas brasileiras. Além de escritores, Almeida e Rey atuavam também como tradutores de literatura infantojuvenil, tendo publicado traduções de livros e até mesmo de histórias em quadrinhos ”“ no caso de Rey ”“ para jovens leitores nas décadas de 1960 e 1970. Parte-se da hipótese, aqui, de que eles agem como “autotradutores” nessas suas obras da Série Vaga-Lume, ao propor soluções em português brasileiro para termos estrangeiros que eles mesmos utilizam. Trata-se de uma noção de “autotradução” diferente da usual, pois se refere à preocupação de esclarecer no texto termos utilizados pelo próprio autor. Outra hipótese aventada é a de que, ao retratarem uma miríade de personagens estrangeiras e, com elas, seus sotaques e idiomas, os autores operaram uma mediação cultural entre o que vem de fora e o público juvenil brasileiro. Suas narrativas são pontuadas por frequentes referências enaltecedoras a países ditos desenvolvidos, o que pode torná-las reforçadoras, para o jovem leitor, de assimetrias na percepção da ordem internacional (COHEN, 1976), localizando o Brasil e a América Latina como coadjuvantes em um mundo protagonizado pelos Estados Unidos e pela Europa Ocidental. Fontes que abordam o ensino de língua estrangeira no Brasil dos anos 1970 e 1980 (LEFFA, 1999; NICHOLLS, 2001), de modo a avaliar em que contexto escolar esses livros surgiram, e a tese do imperialismo cultural (TOTA, 2000; HARVEY, 2005; SAID, 2011) serviram de apoio para a verificação dessas hipóteses.

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Biografía del autor/a

Cynthia Beatrice Costa, Universidade Federal de Uberlândia

Doutora em Estudos da Tradução (2016) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Literatura e Crítica Literária (2008) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Bacharel em Jornalismo (2002) Faculdade Cásper Líbero. 

Publicado

2019-07-25

Cómo citar

COSTA, Cynthia Beatrice. Autores-tradutores na série Vaga-Lume: os casos de Lúcia Machado de Almeida e Marcos Rey. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 8, n. 3, p. 85–101, 2019. DOI: 10.26512/belasinfieis.v8.n3.2019.23175. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/23175. Acesso em: 25 nov. 2024.

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