Deslocamentos de Carolina na América Hispânica: alguns apontamentos a partir das traduções de Quarto de despejo para o espanhol

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n1.2021.32802

Palavras-chave:

Carolina Maria de Jesus. Tradução colaborativa de Quarto de despejo. Deslocamentos. Literatura marginal periférica. Conexões periféricas.

Resumo

Ao refletir sobre Carolina Maria de Jesus acreditamos ser importante inicialmente considerar os diferentes deslocamentos pelos quais passaram a autora e sua obra, em sua maioria marcados por situações de violência e imposição. No mesmo sentido, mas agora no campo da tradução, podemos adotar esse termo e suas variações para pensar em como Carolina foi deslocada ao espanhol e quais deslocamentos de sentido resultaram de sua tradução, leitura e reescrita nessa língua. Com tal objetivo, abordamos no presente texto alguns aspectos das duas traduções para a língua espanhola de Quarto de despejo surgidas na década de 1960 e de nossa própria tradução, publicada em 2019. No caso desta última, pretendemos destacar, igualmente, como a proposta colaborativa de tradução que defendemos, realizada na região da fronteira trinacional, dentro do projeto de extensão “Laboratório de Tradução” da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, tenta, inspirada nas novas leituras da autora feitas no Brasil, corresponder à singularidade de sua escrita e contribuir para potencializar as conexões entre periferias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruna Macedo de Oliveira, UNILA

Professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação LETRA (Letras Estrangeiras e Tradução) da Universidade de São Paulo. Mestre em Letras Modernas (2013) pela mesma instituição. Graduada em Letras Português-Espanhol (2010) pela Universidade de São Paulo. Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História. Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. 

Mario René Rodríguez Torres, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Professor na Universidade Federal da Integração Latinoamericana. Doutor em Letras - Ciência da Literatura (2016) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Letras - Teoria Literária e Literatura Comparada (2009) pela Universidade de São Paulo. Graduado em Estudos Literários (2004) pela Universidad Nacional de Colombia. Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História. Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil

Penélope Serafina Chaves Bruera, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Mestranda em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Letras - Artes e Mediação Cultural (2020) pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Referências

Anzaldúa, G. (1981). La prieta. In G. Anzaldúa, A Brigde Call My Back: Writtings by Radical Women of Color (pp. 220-233). Third Woman Press.

Bentes, I. (2007, jul.-dez.). Sertões e favelas no cinema brasileiro contemporâneo: estética e cosmética da fome. Alceu, 8(15), 242-255. http://revistaalceu-acervo.com.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from%5Finfo%5Findex=25&infoid=282&sid=27

Boston Women's Health Book Collective. (1970). Our Bodies, Ourselves. New England Free Press. https://www.ourbodiesourselves.org

Burneo Salazar, C. (2018). Sobre los manifiestos: la traducción como afirmación de la diferencia. Actas de las Jornadas Internacionales de Traducción Comparada: Variedades Regionales en las Lenguas de Traducción. Instituto Cervantes. Buenos Aires.

Butler, J. (2000). Restaging the Universal: Hegemony and the Limits of Formalism. In J. Butler, E. Laclau & S. Žižek, Contingency, Hegemony, Universality: Contemporary Dialogues on The Left (pp. 11-43). Verso.

ChocQuibTown, & Play, A. (2018). Somos los prietos [Canción]. On Sin Miedo. Sony Music.

Costa, C. L.; & Alvarez, S. E. (2013, ago.). A circulação das teorias feministas e os desafios da tradução. Revista Estudos Feministas, 21(2), 579-586. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000200009

Curiel, O. (2011). El régimen heterosexual y la nación. Aportes del lesbianismo feminista a la Antropología. In K. Bidaseca (Org.), Feminismos Y Poscolonialidad. Descolonizando el feminismo desde y en América latina (pp. 49-94). Ediciones Godot.

Dalcastagnè, R. (2017). Cartas lançadas a um oceano fora do tempo. Pernambuco. https://www.suplementopernambuco.com.br/edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/2008-cartas-lan%C3%A7adas-a-um-oceano-fora-do-tempo.html

El Colegio de México, A.C. (n.d.). Diccionario del Español de México (DEM). consultado el 10 junio 2020, en https://dem.colmex.mx

Estatutos y Reglamento de la Asociación de Academias de la Lengua Española (ASALE). (2007). https://www.asale.org/sites/default/files/Estatutos_ASALE_2007.pdf

Federici, S. (2017). Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva (Coletivo Sycorax, Trad.). Elefante. (Tradução de: Caliban and the Witch: Women, the Body and Primitive Accumulation, 2004)

Fernandez, R. (2015). Processo criativo nos manuscritos do espólio literário de Carolina Maria de Jesus [Tesis de Doctorado, Universidad Estadual de Campinas]. Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp. http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/270193/1/Fernandez_RaffaellaAndrea_D.pdf

Fernandez, R. (2019). A poética de resíduos de Carolina Maria de Jesus. Aetia Editorial,

Góis, E. de (2019). Raffaella Fernandez [Entrevista]. Suplemento Pernambuco. https://www.suplementopernambuco.com.br/entrevistas/2282-entrevista-raffaella-fernandez.html.

Grupo Niche. (1999). Han cogido la cosa. On A golpe de folklore. Big Ear Music, PPM Records.

Holm, J. (1992). Popular Brazilian Portuguese: a Semi-Creole. In E. D’Andrade & A. Kihm (Eds.), Actas do Coloquio sobre “Crioulos de base lexical portuguesa” (pp. 37-66). Edições Colibri.

Jesus, C. M. de. (2019). Cuarto de desechos y otras obras. Uniandes. (Traducción de: Quarto de Despejo: diário de uma favelada, 1960)

Jesus, M. C. (1960). Quarto de Despejo: diário de uma favelada. Francisco Alves, 1960.

Jesus, M. C. (1961). Quarto de Despejo: diario de una mujer que tenía hambre (B. B. de Sahovaler, Trad.). Abraxas. (Traducción de: Quarto de Despejo: diário de uma favelada, 1960)

Jesus, M. C. (1965). La favela. Casa de las Américas. (Traducción de: Quarto de Despejo: diário de uma favelada, 1960)

Jesus, M. C. (2014). Onde estaes felicidade? (Dinha & R. Fernandez, Org.). Me Parió Revolução.

Jesus, M. C. (2018). Meu sonho é escrever (R. Fernandez, Org.). Ciclo Contínuo Editorial.

Joe Arroyo y la Verdad. (1986). La Rebelión. On Musa original. Discos Fuentes.

Kiraly, D. (2000). A social constructivist approach to translator education: empowerment from theory to practice. St. Jerome.

Lander, E. (2000). Ciencias sociales: saberes coloniales y eurocéntricos. In E. Lander, La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Clacso.

Luando, L. (2009). Mocambo. Recanto das Letras. https://www.recantodasletras.com.br/poesias/1991144

Lugones, M. (2008, jul-dic.). Colonialidad y género. Revista Tabula Rasa, 9, 73-101.

Meihy, J. C., & Levine, R. M. (1995). The life and death of Carolina Maria de Jesus. University of New Mexico Press.

Mendonça, R. (1933/2012), A influência Africana no português do Brasil (2ª ed.). Funag.

O’Brien, S. (2011). Collaborative Translation. In Y. Gambier & L. van Doorsaler (Eds.), Handbook of Translation Studies (Vol. 2, pp. 17-20). John Benjamins Publishing Company.

Paz Encina (Directora). (2006). Hamaca Paraguaya [Película]. Arte France Cinéma, Black Forest Films, CMW Films.

Perpétua, E. D. (2014). A vida escrita de Carolina Maria de Jesus. Nandyala.

Real Academia Española. (n.d.). Diccionario de la lengua española (23ª ed.). Consultado el 10 junio 2020, en https://dle.rae.es/

Ribeiro, D. (2018). Breves reflexiones sobre Lugar de Enunciación. Relaciones Internacionales, (39), 13–18. https://doi.org/10.15366/relacionesinternacionales2018.39.001

Santiago, S. (1971/2000). El entrelugar del discurso latinoamericano (A. Amarante & F. Garramuño, Trad.). In O. Arantes, A. Amante & F. Garrmuño (Comp.). Absurdo Brasil: polémicas en la cultura brasileña (pp. 61-77). Biblos.

São Bernardo, A. C. S. (2019). A construção do outro nas edições e traduções da obra de Carolina Maria de Jesus. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, (56), e5622. https://doi.org/10.1590/2316-40185622.

Sousa, G. H. P. de. (2011). A tradução francesa da linguagem compósita de Carolina Maria de Jesus. Cadernos de Tradução, 2(28), 121-139. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2011v2n28p121

Souza e Silva, J. (Org.). (2009). O que é favela afinal? Observatório de Favelas do Rio de Janeiro.

Tavanti, R. (2018). A rebelião das andorinhas: saraus como manifestação político-cultural na Zona Sul de São Paulo [Tesis de Doctorado, Pontificia Universidad Católica de São Paulo]. Sistema de publicação de teses e disserações (TEDE). https://tede2.pucsp.br/handle/handle/20869

Venuti, L. (1995). The Translator’s Invisibility: A History of Translation. Routledge.

Publicado

07-07-2021

Como Citar

OLIVEIRA, Bruna Macedo de; TORRES, Mario René Rodríguez; BRUERA, Penélope Serafina Chaves. Deslocamentos de Carolina na América Hispânica: alguns apontamentos a partir das traduções de Quarto de despejo para o espanhol. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 10, n. 1, p. 01–25, 2021. DOI: 10.26512/belasinfieis.v10.n1.2021.32802. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/32802. Acesso em: 26 dez. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.