Ensaio para antologizar prefácios de traduções romenas do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v9.n3.2020.30832Palavras-chave:
Século XIX. Paratextos. Tratado de tradução. Tradução fiel. Foco tradutivo.Resumo
Insuficientemente explorados na história e na historiografia da tradução romena, os discursos prefaciais que acompanham as traduções romenas do século XIX mostram o ecletismo das abordagens dos tradutores romenos num período de transição, conturbado em todos os aspectos. Graças a um corpus de algumas dezenas de paratextos, traçamos diretrizes para a percepção da atividade de tradução da época, graças a estes testemunhos de tradutores, ocasionais ou consagrados, cujo mérito é terem sido pioneiros e terem feito o público leitor romeno descobrir as produções culturais estrangeiras. Apesar dos deslizes ou abusos de tradução, a ênfase foi colocada nos elementos que provam que o texto traduzido não representa uma tradução literal, mas a criação do tradutor, resultado de um ato interpretativo elaborado e complexo (por vezes digno de rivalizar com a complexidade do próprio original). A orientação claramente direcionada ao sistema de chegada da maioria das transposições de textos estrangeiros para o romeno, as intervenções muito bruscas em relação ao texto de partida, em que a adaptação vai do etnocentrismo à reestruturação massiva, a nível tanto do significado como do significante, legitimam-nos para os classificarmos como derivados da tradução propriamente dita. Este artigo não se propõe a fazer avaliações, favoráveis ou depreciativas, do desempenho dos tradutores em que nos concentramos, mas sublinhar a existência em si destes minitratados de tradução em que os tradutores verbalizam, se não conceituam, as dificuldades de traduzir para uma língua que não foi de forma alguma formada, completada e amadurecida. No entanto, o comentário peremptório do tradutor não autoriza críticas à sua criação, que está sujeita a nobres compromissos como o despertar nacionalista, o êxito da língua, o desenvolvimento e a organização da educação. A inclinação autorreflexiva identificada no metadiscurso do tradutor e o desejo de justificar as suas opções de tradução ajudam-nos a traçar as origens da crítica de traduções na Romênia. Assim, por seu conteúdo teórico e ideológico, algumas das prefácios-manifestos mostram que as traduções do século XIX são o resultado de um trabalho árduo, de uma determinação feroz e de ambições admiráveis para abrir caminhos e para traçar novas rotas a outros que seguirão o seu exemplo para fazer melhor.
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