Fake news no ambiente digital: um fenômeno mercadológico de narrativas populistas nas redes sociais
DOI:
https://doi.org/10.26512/rici.v15.n1.2022.42502Palavras-chave:
Fake news, Sociedade do conhecimento, Redes sociais, Narrativas populistas, Indústria capitalistaResumo
Este trabalho tem como finalidade contribuir nos estudos sobre fake news e desinformação na era digital. Com o avanço dos aparatos tecnológicos e as mudanças comunicacionais decorrentes da era pós-industrial, a maneira de obter informação nos espaços digitais se tornam fluidas e comprometedoras. Vivenciamos a sociedade do conhecimento que abre caminho para a produção, disseminação e compartilhamento de conteúdos nas redes sociais impactando a vida e o cotidiano das pessoas que compõem uma sociedade. Nossa pesquisa tem como objetivo identificar e classificar como surgem as fake news nos espaços digitais e de que forma elas contribuem para o crescimento de narrativas populistas conservadoras. O estudo se faz importante por compreendermos que a sociedade da informação é moldada pela circulação das narrativas em rede digital, e por elas contribuírem na percepção social no ambiente democrático. Nosso artigo perpassa por uma metodologia de análise de conteúdo e coleta de dados na rede social Twitter. Para isso, utilizamos o procedimento qualitativo e quantitativo na intenção de identificar e classificar as informações obtidas. A partir da identificação e classificação da fake news na rede social, apresentamos três grupos predominantes: informações descontextualizadas, informações fragmentadas e informações manipuladas. A arquitetura composta por esses elementos nas redes sociais contribui na percepção de uma sociedade que desinforma. Resultados preliminares apontam que apesar das políticas desenvolvidas pelas plataformas digitais impedirem narrativas enganosas ou mesmo que propagam o discurso de ódio nas redes sociais, esse fenômeno acontece por conta da indústria capitalista da informação.
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