São Paulo’s 2013 water crisis: a socially constructed disaster risk
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v12n1.2021.38652Palavras-chave:
Water. Water Scarcity. Socio-environmental Vulnerability. Environmental Risk.Resumo
Frequent cases of water scarcity in Brazil reveal a water governance and administration crisis. During the water crisis (2013-2016), the São Paulo Metropolitan Region experienced a disaster scenario. This article analyses how it was constituted as a socially constructed disaster episode. A case study was carried out in the Novo Recreio neighbourhood (Guarulhos, SP) through ethnographic observations, interviews, and newspaper articles. The results were analysed based on the Pressure and Release Model (PAR). It was concluded that the water crisis period in SPMR has disproportionately affected the Guarulhos population, especially in Novo Recreio. Furthermore, the study demonstrated that public policies and the neighbourhood's territorial formation are related to its population's current frail living conditions and increased socio-environmental vulnerability in the face of continuous water scarcity, thus corroborating the social construction of the risk of water scarcity.
Keywords: Water. Water Scarcity. Socioenvironmental Vulnerability. Environmental Risk.
Downloads
Referências
ACSELRAD, H.; MELLO, C. C. do A.; BEZERRA, G. das N. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
ADGER, W. N. Vulnerability. Global Environmental Change, v. 16, n. 3, p. 268–281, 2006.
ALMEIDA, S. L. de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro. Pólen, 2019.
ALVES, H. P. da F.; TORRES, H. da G. Vulnerabilidade socioambiental na cidade de São Paulo: uma análise de famílias e domicílios em situação de pobreza e risco ambiental. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 1, p. 44–60, 2006.
BANKOFF, G.; FRERKS, G.; HILHORST, D. Mapping vulnerability: disasters, development, and people. London: Earthscan, 2004.
BATES, B. C. et al. Climate Change and Water: IPCC Technical Paper VI. [s.l.: s.n.]
BECK, U. Sociedade de risco. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011.
BLAIKIE, P. et al. At risk: natural hazards, people’s vulnerability and disasters. London: Routledge, 1994.
BOHLE, H.-G. G.; DOWNING, T. E.; WATTS, M. J. Climate change and social vulnerability. Global Environmental Change, v. 4, n. 1, p. 37–48, 1994.
BOSCO, E.; DI GIULIO, G. M. Ulrick Beck: considerações sobre sua contribuição para os estudos em ambiente e sociedade e desafios. Ambiente & Sociedade, v. XVIII, n. 2, p. 149–160, 2015.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
CARDONA, O.-D. et al. Determinants of risk: exposure and vulnerability. Managing the risks of extreme events and disasters to advance climate change adaptation. A Special Report of Working Groups I and II of the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). [s.l.: s.n.].
CARVALHO, A. L. de. Metropolização e o discurso da modernidade na reposição da periferia: o bairro do Cabuçu no município de Guarulhos. 2010. Universidade de São Paulo, 2010.
CASTRO, A. L. C. de. Glossário de defesa civil: estudos de riscos e medicina de desastres. 2. ed. Brasília: Ministério do Planejamento e Orçamento, 1998.
CASTRO, C. M. de. Águas do Rio de Janeiro: da metrópole com riscos à metrópole dos riscos. 2010. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2010.
CHAMBERS, R. Rural Development: putting the last first. London: Longman, 1983.
COATES, R. Citizenship-in-nature? Exploring hazardous urbanisation in Nova Friburgo, Brazil. Geoforum, v. 99, n. February 2018, p. 63–73, 2019. Available in: https://doi.org/10.1016/j.geoforum.2018.12.001.
COATES, R.; NYGREN, A. Urban Floods, Clientelism, and the Political Ecology of the State in Latin America. Annals of the American Association of Geographers, v. 110, n. 5, p. 1301–1317, 2020. Available in: https://doi.org/10.1080/24694452.2019.1701977.
COELHO, C. A. S.; CARDOSO, D. H. F.; FIRPO, M. A. F. Precipitation diagnostics of an exceptionally dry event in São Paulo, Brazil. Theoretical and Applied Climatology, v. 125, n. 3–4, p. 769–784, 2016.
CUSTÓDIO, V. Escassez de água e inundações na Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo: Humanitas/Fapesp, 2012.
CUTTER, S. L. Vulnerability to environmental hazards. Progress in Human Geography, v. 20, p. 529–539, 1996.
CUTTER, S. L. The vulnerability of science and the science of vulnerability. Annals of the Association of American Geographers, v. 93, n. 1, p. 1–12, 2003.
CUTTER, S. L.; MORATH, D. The evolutin of the Social Vulnerability Index (SoVI). In: Measuring vulnerability to natural hazards. 2. ed. Bonn, Germany: United Nations University Press, 2013.
DAGNINO, E. Os movimentos sociais e a emergência de uma nova noção de cidadania. In: DAGNINO, E. (Ed.). Anos 90: política e sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2004.
DE JESUS, V. Racializing the (Sociological) view on environmental health in the sanitation of the black population: a colonial continuum called environmental racism. Saúde e Sociedade, v. 29, n. 2, p. 1–15, 2020.
ECLAC. The economics of climate change in Latin America and the Caribbean: paradoxes and challenges of sustainable development. Economic Commission for Latin America and the Caribbean, p. 1–96, 2015. Available in: http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37311/S1420655_en.pdf.
FRACALANZA, A. P. Crise de governança da água na Região Metropolitana de São Paulo: (re)centralização da gestão e injustiça ambiental. 2016. Universidade de São Paulo, 2016.
FRACALANZA, A. P.; FREIRE, T. M. Crise da água na Região Metropolitana de São Paulo: a injustiça ambiental e a privatização de um bem comum. Geousp: Espaço e Tempo (On-line), v. 19, n. 3, p. 464, 2016.
FREITAS, C. M. de et al. Vulnerabilidade socioambiental, redução de riscos de desastres e construção da resiliência: lições do terremoto no Haiti e das chuvas fortes na Região Serrana, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 6, p. 1577–1586, 2012.
HEIJMANS, A. From vulnerability to Empowerment. In: BANKOFF, G.; FRERKS, G.; HILHORST, D. (Ed.). Mapping vulnerability: disasters, development & people. New York: Earthscan, 2004.
HEWITT, K. Interpretations of calamity: from the viewpoint of human ecology. Boston: Allen and Unwin. Inc., 1983.
HOGAN, D. J.; MARANDOLA JR, E. Para uma conceituação interdisciplinar da vulnerabilidade. In: Novas Metrópoles Paulistas: população, vulnerabilidade e segregação. Campinas, SP: Nepo/Unicamp, 2006.
JACOBI, P. R. Dilemas Socioambientais na Gestão Metropolitana: do risco à busca da sustentabilidade urbana. Revista de Ciências Sociais – Política & Trabalho, v. 25, n. 0, p. 115–134, 2006.
JACOBI, P. R.; CIBIM, J.; LEÃO, R. de S. Crise hídrica na Macrometrópole Paulista e respostas da sociedade civil. Estudos Avançados, v. 29, n. 84, p. 27–42, 2015.
JACOBI, P. R.; FRACALANZA, A. P.; EMPINOTTI, V. Governança da Água no contexto da escassez hídrica. São Paulo: IEE-USP, UFABC e GovAmb, 2017.
JASANOFF, S. The Songlines of Risk, v. 8, n. 1999, p. 135–152, 2013.
JESUS, V. de. Coisas negras no quarto de despejo: saneando subjetividades, corpos e espaços. 2017. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017.
KASPERSON, R. E. et al. The Social Implications of Risk: a conceptual framework. Risk Analysis, v. 8, n. 2, p. 177–187, 1988.
LAVELL, A.; MASKREY, A. The future of disaster risk management. Environmental Hazards, v. 13, n. 4, p. 267–280, 2014.
LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2001.
MARANDOLA, E.; HOGAN, D. J. As dimensões da vulnerabilidade. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 1, p. 33–43, 2006.
MARCHEZINI, V. et al. Reduction of vulnerability to disastres: from knowledge to action. São Carlos: RiMa Editora, 2017.
MARCHEZINI, V.; WISNER, B. Challenges for vulnerability reduction in Brazil: insigths from the PAR framework. In: Reduction of vulnerabilty to disasters: from knoledge to action. São Carlos: RiMa Editora, 2017.
MARENGO, J. A. et al. A seca e a crise hídrica de 2014-2015 em São Paulo. Revista USP, n. 106, p. 31, 2016.
MARENGO, J. A.; ALVES, L. M. Crise Hídrica em São Paulo em 2014: seca e desmatamento. Geousp: Espaço e Tempo (On-line), v. 19, n. 3, p. 485, 2015. Available in: http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/100879.
MARICATO, E. Metrópole, legislação e desigualdade. Estudos Avançados, v. 17, n. 48, p. 151–166, 2006.
MARICATO, E. Globalização e a política urbana na periferia do capitalismo. In: Para entender a crise urbana. São Paulo: Expressão Popular, 2015. p. 112 p.
MARTINEZ-ALLIER, J. O ecologismo dos pobres. São Paulo: Contexto, 2007.
MARTINS, M. H. da M.; TAVANTI, R. M.; SPINK, M. J. P. Versões de vulnerabilidade em artigos científicos brasileiros sobre desastres ambientais. Athenea Digital, v. 16, n. 3, p. 347–366, 2016.
NASCIMENTO, A. O Genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. [s.l.] Perspectiva, 2016.
NOBRE, C. A. et al. Some Characteristics and Impacts of the Drought and Water Crisis in Southeastern Brazil during 2014 and 2015. Journal of Water Resource and Protection, v. 8, n. 2, p. 252–262, 2016.
O’BRIEN, K. et al. Why different interpretations of vulnerability matter in climate change discourses. Climate Policy, v. 7, n. 1, p. 73–88, 2013.
O’KEEFE, P.; WESTGATE, K.; WISNER, B. Taking the naturalness out of natural disasters. Nature, v. 260, n. 5552, p. 566–567, 1976.
OLIVEIRA, E. S. de. Guarulhos no contexto colonial paulista: antes e após 1560. In: OMAR, E. E. H. (Ed.). Guarulhos tem história: questões sobre história natural, social e cultural. São Paulo: Ananda Gráfica e Editora, 2008.
OLIVER-SMITH, A. et al. A construção social do risco de desastres: buscando as causas de fundo. In: Reduction of vulnerabilty to disasters: from knoledge to action. São Carlos: RiMa Editora, 2017.
PAZ, M. G. A. da; ALMEIDA, M. F. de; GÜNTHER, W. M. R. Estudo epidemiológico em localidade periurbana no município de Guarulhos, SP: acesso ao saneamento e condições de saúde de crianças. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 15, n. 1, p. 188–197, 2007. Available in: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-02102007-143701/%5Cnhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000100017&lng=pt&nrm=iso&tlng=en.
PORTO, M. F. de S. Complexidade, processos de vulnerabilização e justiça ambiental: um ensaio de epistemologia política. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 93, p. 30–58, 2011.
PORTO, M. F.; MILANEZ, B. Economic development axis and socioenvironmental conflicts generation in Brazil: challenges to sustainability and environmental justice. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, n. 6, p. 1983–1994, 2009.
QUARANTELLI, E. L. Catastrophes are Different from Disasters: some implications for crisis planning and managing drawn from Katrina. 2016.
RIBEIRO, W. C. Oferta e estresse hídrico na Região Metropolitana de São Paulo. Estudos Avançados, v. 25, n. 71, p. 119–133, 2011.
SANTOS, I. P. de O. Crise hídrica: desastre socialmente construído e injustiça ambiental no bairro Novo Recreio (Guarulhos, SP). 2021. Universidade de São Paulo, 2021.
SENA, M.; VALENCIO, N. Gênero e desastres: uma perspectiva brasileira sobre o tema. In: Sociologia dos desastres: construções, interfaces e perspectivas no Brasil. São Carlos: RiMa Editora, 2008.
SORIANO, É. et al. Crise Hídrica em São Paulo sob o ponto de vista dos desastres. Ambiente & Sociedade, v. XIX, n. 1, p. 21–42, 2016. Available in: http://www.redalyc.org/pdf/317/31745308003.pdf.
SPINK, M. J. P. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco cotidiano. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 9, p. 3743–3754, 2014.
TADEU, N. D. O Sistema Cantareira e a crise da água em São Paulo: falta de transparência, um problema que persiste. São Paulo: Artigo 19 Brasil, 2016.
TORRES, H. G. A demografia do risco ambiental. In: População e meio ambiente: debates e desafios. São Paulo: Senac, 2000.
TURNER, B. L. et al. A framework for vulnerability analysis in sustainability science. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 100, n. 14, p. 8074–8079, 2003.
UNITED NATIONS INTERNATIONAL STRATEGY FOR DISASTER REDUCTION (UNISDR). Terminology: basic terms of disaster risk reduction. Global Review of Disaster Reduction, p. 1–8, 2004. Available in: http://www.unisdr.org/files/7817_7819isdrterminology11.pdf.
VALENCIO, N. et al. Sociologia dos desastres: construções, interfaces e perspectivas no Brasil. São Carlos: RiMa Editora, 2009.
VALENCIO, N. F. L. da S. Da "área de risco" ao abrigo temporário: uma análise sociológica dos conflitos subjacentes a uma territorialidade precária. In: 34° ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, Caxambu, MG. Anais [...] Caxambu, MG: ANPOCS, 2008.
VALENCIO, N. F. L. da S. Da morte da Quimera à procura de Pégaso: a importância da interpretação sociológica na análise do fenômeno denominado desastre. In: Sociologia dos desastres: construções, interfaces e perspectivas no Brasil. São Carlos: RiMa Editora, 2009.
VEYRET, Y. Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007.
WARNER, J.; ENGEL, K. Disaster culture matters. Ambiente e Sociedade, v. 17, n. 4, 2014.
WISNER, B. et al. At Risk: natural hazards, people ’s vulnerability and disasters. 2. ed. [s.l.] Routledge, 2003.
WISNER, B. Vulnerability as Concept, Model, Metric, and Tool. [s.l: s.n.], v. 1
WISNER, B.; GAILLARD, J.; KELMAN, I. Framing disaster. In: The Routledge Handbook of Hazards and Disaster Risk Reduction. [s.l.] Routledge, 2011.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2010.
Downloads
Publicado
Versões
- 2021-12-31 (2)
- 2021-12-28 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Sustainability in Debate
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.