Cultura, Identidade e Cuidado com a Natureza

Auteurs-es

  • Juliana Capra Maia Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília - CDS/UnB Faculdade de Direito do Centro Universitário de Brasília - Uniceub

DOI :

https://doi.org/10.18472/SustDeb.v6n3.2015.15637

Mots-clés :

Modernidade, Ideologia, Natureza selvagem, Conservacionismo, Preservacionismo

Résumé

Este artigo foi construído ao redor de duas indagações logicamente conectadas, que emergem do referencial teórico elaborado por Louis Dumont aplicado à realidade brasileira. Inicialmente, investiga-se se a sociedade brasileira atribui à natureza status equivalente àquele atribuído pelas sociedades ocidentais modernas, das quais a norte-americana é emblemática. Em seguida, questiona-se se, no Brasil, o trato antropocêntrico e utilitário das questões ambientais é favorecido em prejuízo dos argumentos baseados no valor intrínseco da natureza. Referidas questões são respondidas por meio de pesquisa bibliográfica em história geral e brasileira. As conclusões apontam para a ratificação da tese de Da Matta, para quem a natureza está inserida na hierarquia social brasileira, não havendo que se falar, aqui, em ruptura natureza versus cultura. Em função da posição da natureza na hierarquia social, argumentos antropocêntricos, utilitários e conservacionistas tendem a angariar mais adeptos que argumentos biocêntricos, éticos e preservacionistas em prol da proteção à natureza.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Juliana Capra Maia, Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília - CDS/UnB Faculdade de Direito do Centro Universitário de Brasília - Uniceub

Graduada e mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília. Graduada em Direito pelo UniDF. Pós-graduanda em Direito no Uniceub. Doutoranda no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. Advogada. Socióloga do quadro permanente da Companhia Imobiliária de Brasília - TERRACAP.

Références

BRASIL. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente ”“ CNUC/MMA. Atualizado até 17/02/2015. Dados consolidados em http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80112/CNUC_Bioma_Fevereiro_2015.pdf e em http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80112/CNUC_Categoria_Fevereiro_2015.pdf. Acesso em: 25/10/2105.

BRASIL. Lei Federal n. 9.985, de 18/07/2005. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm>. Acesso em: 15 out. 2015.

BRUNEL, P. (Org.). Dicionário de Mitos Literários. Rio de Janeiro, José Olympo, 1997.

BURSZTYN, M.; BURSZTYN, M. A. Fundamentos de política e gestão ambiental: os caminhos do desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2012.

CARVALHO, J. M. de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 14ª Edição, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2011.

CARVALHO, J. M. de. O motivo edênico no imaginário social brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.13, n. 38, 1998.

DA MATTA, R. Em torno da representação da Natureza no Brasil: pensamentos, fantasias e divagações. In: BOURG, D. (Org.). Os Sentimentos da Natureza. Lisboa: Instituto Piaget, 1993, p. 127-148.

DA MATTA, R. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1986.

DEAN, W. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.

DI CAVALCANTI, E. Nu deitado, c. 1935. Original de arte, óleo sobre madeira, 82 x 100 cm, Museus Castro Maya, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://museuscastromaya.com.br/colecoes/arte-brasileira/>. Acesso em: 25 out. 2015.

DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. 3. ed., São Paulo: Hucitec; Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras/USP, 2000.

DOWIE, M. Refugiados da Conservação. Orion Magazine, Artigos nº 04, NUPAUB ”“ Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras ”“ USP, São Paulo: 2006.

DRUMMOND, J. A.; FRANCO, J. L. de A.; OLIVEIRA, D. de. Uma Análise sobre a História e a Situação das Unidades de Conservação no Brasil. In: GANEM, R. S. (org.) Conservação da Biodiversidade ”“ Legislação e Políticas Públicas. Brasília: Edições Câmara dos Deputados, 2011.

DRUMMOND, J. A. Proteção e produção: biodiversidade e agricultura no Brasil. 1. ed., Rio de Janeiro: Garamond, 2014.

DUMONT, L. Homo aequalis: gênese e plenitude da ideologia econômica. Bauru, Edusc, 2000.

DUMONT, L. Homo Hierarchicus: o sistema das castas e suas implicações. São Paulo, Edusp, 1992.

DUMONT, L. O Individualismo: uma perspectiva antropológica moderna. Rio de Janeiro, Rocco, 1983.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

FRANCO, J. L. de A. O conceito de biodiversidade e a história da Biologia da Conservação: da preservação da wilderness à conservação da biodiversidade. História, v. 32, nº 02, São Paulo, Jul/Dez de 2013, p. 21-48.

FRANCO, J. L. de A.; DRUMMOND, J. A. Proteção à Natureza e Identidade Nacional no Brasil, anos 1920 ”“ 1940. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2009.

FRANCO, J. L. de A.; DRUMMOND, J. A. O Cuidado da Natureza: a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza e a experiência conservacionista no Brasil: 1958 ”“ 1992. Revista Textos de História, 2009.

GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo, Editora Unesp, 1991.

GOODELL, W. The American Slave Code in theory and practice ”“ its distinctive features Shown by its statutes, judicial decisions, and illustrative facts. Nova Iorque, American and Foreign Anti-Slavery Society, 1853.

HENNESSY, A. The frontier in Latin American history. Albuquerque, University of New Mexico Press, 1978.

HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. 26. ed., São Paulo, Companhia das Letras, 1995.

LEOPOLD, A. Pensar como uma montanha. Águas Santas: Edições Sempre-em-Pé, 2008.

LUZ, M. R. S.; FRACALANZA, P. S. A Gênese do Indivíduo e o Indivíduo da Gênese: uma abordagem multidisciplinar acerca do papel da ideologia cristã nas origens do homem (Econômico). Revista Economia, Brasília (DF), v. 14, n.1A, jan/abr 2013, p. 189”“210.

LUZ, M. A história dos símbolos nacionais: a bandeira, o brasão, o selo, o hino. Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 1999.

MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. Tradução e introdução de Florestan Fernandes. 2. ed., São Paulo: Expressão Popular, 2008.

MC CORMICK, J. Rumo ao Paraíso: a história do movimento ambientalista. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.
NASH, R. Wilderness and the American Mind. Yale: Yale University Press, 1982.

OLIVEIRA, L. L. Americanos: representações da identidade nacional no Brasil e nos EUA. Belo Horizonte, UFMG, 2000.

OLIVEIRA, L. L. Natureza e identidade: o caso brasileiro. Desigualdade & Diversidade ”“ Revista de Ciências Sociais da PUC-Rio, nº 09 Ago/Dez, 2011, p. 123-134.

PÁDUA, J. A. Cultura esgotadora: agricultura e destruição ambiental nas últimas décadas do Brasil Império. Estudos Sociedade e Agricultura, n.º 11, Outubro de 1998, p. 134-163.

PORTUGAL. Ordenações Afonsinas. 05 volumes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, [s.d.], impressão em 1984.

PORTUGAL. Ordenações Filipinas. 03 volumes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, [s.d.], impressão em 1985.

PORTUGAL. Ordenações Manuelinas. 05 volumes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, [s.d], impressão em 1984.

REIS, D. C. A convivência do poder punitivo privado na formação da pena pública brasileira. Revista do Instituto do Direito Brasileiro ”“ RIDB, Lisboa, Ano 02, nº 13, 2013. Disponível em: <http://www.idb-fdul.com/uploaded/files/2013_13b_15539_15559.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2015.

SEYFERTH, G. Colonização, imigração e a questão racial no Brasil. Revista USP, São Paulo, n. 53, março/maio 2002, p. 117-149.

SILVA, A. da C. e. Parte 1 ”“ População e Sociedade. In: SCHWARCZ, L. M. (Direção). História do Brasil Nação: 1808-2010, v. 01 ”“ Crise Colonial e Independência, 1808-1830. Madrid: Fundación MAPFRE; Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2011.

SLATTA, R. W. Historical Frontier Imagery in the Americas. In: COVINGTON, P. (Editor). Latin American Frontiers, Borders, and Hinterlands: Research Needs and Resources. California: University of California, Berkeley and Stanford University, 1988, p. 5-25.

TAVOLARO, S. B. F. Freyre, Da Matta e o lugar da natureza na “singularidade brasileira”. Revista Lua Nova, São Paulo, n. 83, 2011, p. 211-257.

TAVOLARO, S. B. F. Sociabilidade e construção de identidade entre antropocêntricos e ecocêntricos. Ambiente & Sociedade, v. 03 (6-7), Campinas/SP, 2000, p. 63-84.

THOMAS, K. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500 ”“ 1800). São Paulo, Companhia das Letras, 2010.

THOREAU, H. D. Walden. Porto Alegre: L&PM, 2012.

TOCQUEVILLE, A. de. A democracia na América. 2. ed., Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.

TURNER, F. J. The Frontier in American History. New York: Robert E. Krieger, 1976.

WEBB, W. P. The Great Frontier. Austin: University of Texas, 1979.

WEBER, M. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva, v. 2. Brasília/DF, Editora Universidade de Brasília, 1999.

Téléchargements

Publié-e

2015-12-23

Comment citer

Maia, J. C. (2015). Cultura, Identidade e Cuidado com a Natureza. Sustainability in Debate, 6(3), 15–31. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v6n3.2015.15637

Numéro

Rubrique

Artigos