Quando as identidades se transformam em calabouços. Decolonialidade, teoria queer e crítica chicana em Gloria Anzaldúa.
DOI :
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i30.14723Mots-clés :
identidade. alteridade. devir.Résumé
Resumo: O seguinte artigo quer explorar as concepções teóricas e identitarias por detrás da célebre obra da ativista e pensadora chicana Gloria Anzaldúa: The Borderland /La Frontera: The New Mestiza (1987). Sua trajetória de vida nos remete a tempos, tradições e espaços identitarios ”“ Mesoamerica, México, EUA ”“ conflitantes e irreconhecíveis entre si, que produzem fissuras e desconcerto nos discursos essencialistas da identidade e da alteridade. Ao invés de frustrar-se e seguir na desesperada busca por uma humanidade branca euro-centrada, Anzaldúa nos conduz a outro caminho em que as noções binárias e cartesianas do ser e do sujeito são desestabilizadas para dar lugar ao que chamamos aqui de Devir Mutante: uma diferença indizível e incessante que atravessa as fronteiras não permitidas do humano e não humano para reivindicar também uma dimensão natureza-animal. A autora aposta, assim, na construção de um homem (humano) plural e multifacetado que está para além da ordem identitaria colonial e do olhar inquisidor metropolitano, que procuram delimitar e fixar os movimentos imprecisos e contraditórios do desejo e da alteridade.
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