Por uma teoria da História pela História: Sobre o fetiche do distanciamento
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i31.14717Palabras clave:
Historiografia. Teoria. Distanciamento.Resumen
O surgimento e abandono de modas e de modelos teóricos alienígenas à História são tratados muitas vezes pela historiografia como algo trivial, havendo na maior parte das pesquisas apenas exposição dos debates da época, ao expor as correntes teóricas anteriores e as que mais tarde vieram se firmar no novo cenário epistemológico. No entanto, o presente artigo expõe que tais modelos teóricos, tão logo configurados como a moda de uma época, revelam problemas maiores, ainda não assumidos pela História, que demonstram o estado de experimentalismo, sujeição e dependência epistemológica a que a disciplina esteve sujeita durante o séc. XX. Ao fazer se submeter à s modas teóricas e à s repentinas mudanças de outras disciplinas, a História durante o séc. XX (especialmente na França e em consequência no Brasil), acabou por assumir questões epistemológicas que estão na raiz do próprio surgimento das ciências sociais, quando esta defendia a criação de um método semelhante ao das ciências da natureza, a que pudesse desvelar leis gerais que regem o comportamento humano. Sobre essa questão em particular, este artigo oferece uma crítica à ideia corrente do distanciamento sociológico e antropológico, que poderia trazer a estas disciplinas modelos teóricos e sistemas de interpretações que tornariam supérfluo a singularidade do conhecimento histórico ou mesmo a empiria. Portanto, o artigo discute o lugar não somente da História, mas das ciências humanas, quanto a seu objeto específico de estudo em relação à s ciências naturais, ao destacar diferenças relevantes entre objetos culturais e objetos naturais.
Descargas
Citas
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações, Lisboa: Difel, 1990.
DELACROIX, Christian; DOSSE, François; GARCIA, Patrick (Dir.). As correntes históricas na França. Rio de janeiro: Ed. FGV, 2012.
DOSSE, François. A História. Bauru, São Paulo, EDUSC, 2003.
DURKHEIM, É.As Regras do Método Sociológico. São Paulo, Martins Fontes, 2007.
GADAMER Hans-Georg. Verdade e Método. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
GUSMÃO, Luís de. O fetichismo do conceito. Limites do conhecimento teórico na investigação social. Rio de Janeiro: Top Books, 2012.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2006.
REVEL, Jacques. Cultura, culturas: uma perspectiva historiográfica. In: Jacques Revel. Proposições. Ensaios de história historiografia. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2009.
REVEL, Jacques. História e historiografia. Curitiba: Ed. UFPR, 2010.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução de Alain François et al. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2007. Publicando originalmente em 2000.
SCHRAMM, J.F.Por uma teoria da História pela História. Monções, UFMS/CPCX, v.1, n.1, p. 159-173, 2014,
SILVA B.H. Encontros entre História e Sociologia: primeiros embates metodológicos na França. História e Cultura,Franca, v.3, n.3 (Especial), p. 7-27, dez. 2014.
TARDE, Gabriel. Monadologia e Sociologia. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License , licença que permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).