Por uma teoria da História pela História: Sobre o fetiche do distanciamento
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i31.14717Palavras-chave:
Historiografia. Teoria. Distanciamento.Resumo
O surgimento e abandono de modas e de modelos teóricos alienígenas à História são tratados muitas vezes pela historiografia como algo trivial, havendo na maior parte das pesquisas apenas exposição dos debates da época, ao expor as correntes teóricas anteriores e as que mais tarde vieram se firmar no novo cenário epistemológico. No entanto, o presente artigo expõe que tais modelos teóricos, tão logo configurados como a moda de uma época, revelam problemas maiores, ainda não assumidos pela História, que demonstram o estado de experimentalismo, sujeição e dependência epistemológica a que a disciplina esteve sujeita durante o séc. XX. Ao fazer se submeter à s modas teóricas e à s repentinas mudanças de outras disciplinas, a História durante o séc. XX (especialmente na França e em consequência no Brasil), acabou por assumir questões epistemológicas que estão na raiz do próprio surgimento das ciências sociais, quando esta defendia a criação de um método semelhante ao das ciências da natureza, a que pudesse desvelar leis gerais que regem o comportamento humano. Sobre essa questão em particular, este artigo oferece uma crítica à ideia corrente do distanciamento sociológico e antropológico, que poderia trazer a estas disciplinas modelos teóricos e sistemas de interpretações que tornariam supérfluo a singularidade do conhecimento histórico ou mesmo a empiria. Portanto, o artigo discute o lugar não somente da História, mas das ciências humanas, quanto a seu objeto específico de estudo em relação à s ciências naturais, ao destacar diferenças relevantes entre objetos culturais e objetos naturais.
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